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A expectativa era de uma leve alta em relação ao ano passado, mas o resultado foi uma diminuição no número de bovinos abatidos entre abril e junho de 2016 ante 2015. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
A expectativa era de uma leve alta em relação ao ano passado, mas o resultado foi uma diminuição no número de bovinos abatidos entre abril e junho de 2016 ante 2015.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

O volume de bovinos abatidos no segundo trimestre reflete a queda do consumo de carne bovina no País, segundo analistas. Na quinta-feira (15), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o país abateu 7,63 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária no segundo trimestre de 2016. O montante é 0,05% menor do que o registrado no segundo trimestre de 2015. A expectativa era de uma leve alta em relação ao ano passado, acompanhando o aumento natural da população e também porque, em 2015, frigoríficos haviam paralisado unidades que voltaram a produzir este ano.

A queda observada para o volume total de animais, em relação ao ano passado, tem como causas a queda da capacidade de absorção de carne pela demanda interna e a desvalorização do dólar nos últimos meses, afirmou a analista Lygia Pimentel, sócia-diretora da AgriFatto. “Com as margens estreitas, os frigoríficos tiraram o pé do acelerador ainda mais, em um movimento complementar ao que vimos no ano passado (paralisação e fechamento de plantas)”, disse.

“Durante o primeiro semestre, os frigoríficos mantiveram a mesma quantidade de abates, com uma arroba mais valorizada e amargaram margens ruins”, disse o analista Caio Toledo da FCStone. Ele projeta uma queda para os abates do terceiro trimestre devido à limitada oferta de animais e ao movimento de frigoríficos de “enxugar seus estoques”.

A proporção de fêmeas (vacas e novilhas) nos abates do trimestre caiu, com uma participação de 40%, ante 42% registrada no segundo trimestre de 2015. “É o quarto ano consecutivo de queda da proporção de fêmeas abatidas para o segundo trimestre”, disse Lygia. “Esse movimento reforça novamente o incremento da capacidade de produzir bezerros, algo que deverá ser sentido sobre os preços do boi gordo nos próximos anos”. Já Toledo avalia que a queda é justificada pelo preço alto do bezerro. Segundo ele, os valores pagos pelos animais de reposição começam a se estabilizar, mas a tendência é de que voltem a cair. “Poderemos ver a participação de fêmeas voltar a crescer no próximo ano”, disse.

Também sobre o segundo trimestre deste ano, o IBGE apontou que os curtumes brasileiros, que efetuam curtimento de pelo menos 5 mil unidades inteiras de couro cru bovino por ano, declararam ter recebido 8,64 milhões de peças inteiras de couro cru de bovino. O resultado representa uma alta de 3,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior e avanço de 5,6% na comparação com o 2º trimestre de 2015.

A analista da AgriFatto afirma que este aumento, em paralelo à estabilidade dos abates de bovinos, pode indicar aumento do abate clandestino no último trimestre. “Assim sendo, a Agrifatto projeta o abate total do trimestre em 9,55 milhões de cabeças, que, se somadas ao primeiro trimestre e projetadas até o fim de 2016, poderão completar 35,4 milhões de cabeças até o fim do ano”, diz Lygia.

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