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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Um vírus mortal para os suínos foi encontrado no Noroeste da Europa pela primeira vez em três décadas, colocando a produção mundial de carne de porco para exportação em eminente risco, ao passo que a China também está enfrentando uma batalha contra a doença.

Autoridades da Bélgica informaram na quinta-feira (13) que dois casos foram confirmados de javalis contaminados com a peste suína africana, próximo ao vilarejo sulista de Etalle, perto da fronteira com a França. Apesar de o vírus não ter atingido fazendas de produção de suínos na Bélgica este é o primeiro caso registrado na parte noroeste da União Europeia desde 1986, segundo a Rabobank International, empresa financeira que atua no setor do agronegócio.

O vírus não afeta humanos, mas não tem cura e pode ser 100% letal para os suínos, tornando-se uma séria ameaça às exportações de carne de porco. Ele surgiu na União Europeia em 2014, mas foi contido na parte Leste, incluindo os países bálticos, Polônia e Romênia. As autoridades francesa disseram que os casos na Bélgica representam uma propagação sem precedentes da doença.

“Se houver uma séria contaminação em uma área densamente povoada de suínos então haverá possivelmente consequências bem significativas”, disse Justin Sherrard, estrategista do setor de proteína animal da Rabobank em Utrecht. No entanto, há “medidas de biossegurança que parecem estar funcionando bem ao longo de várias partes da Europa”, acrescentou.

Levado por javalis, vírus chega pela primeira vez ao noroeste da União Europeia, desde 1986Aniele Nascimento/Aniele Nascimento

Os casos belgas foram registrados a cerca de 60 quilômetros da Alemanha, que integra o principal bloco produtor que até agora conseguiu evitar a doença. O Ministério da Agricultura da Alemanha apontou que isso se deve à estrita observância das medidas de biossegurança nas granjas e a um projeto de legislação com foco no combater à propagação da doença em javalis.

“Considero essa nova situação bastante séria”, disse a ministra da Agricultura alemã, Julia Kloeckner, em um comunicado na quinta. “A peste suína tem sido uma ameaça para a Alemanha e nossa preparação para a crise está a caminho”, avisou.

Os surtos da doença no bloco têm se espalhado pela região a uma taxa de 200 quilômetros ao ano, provocando perdas anuais de vários bilhões de euros. Abater os animais infectados e impor medidas estritas de contenção são as únicas ferramentas disponíveis para limitar o avanço da peste. Recentemente, a Romênia foi forçada a abater milhares de suínos.

A China, maior produtora e consumidora mundial de carne de porco, tem enfrentado uma corrida contra o vírus mortal em suas províncias do Leste. A fácil transmissão e a vasta distribuição geográfica da doença podem afetar de forma significativa a população de animais e produção de carne de porco no país, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

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