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Agressivo era tratado como uma estrela na propriedade rural, ao ficar isolado numa grande área, sem se misturar com os outros animais. | André Silva/Divulgação
Agressivo era tratado como uma estrela na propriedade rural, ao ficar isolado numa grande área, sem se misturar com os outros animais.| Foto: André Silva/Divulgação

Provavelmente o touro mais temido dos rodeios na década, Agressivo, morto no final de julho, ganhará um memorial em Icém (SP), onde vivia. O animal sucedeu o touro Bandido no posto de mais perigoso das arenas do país e tinha artrose. Ele já estava aposentado desde 2015 e morreu aos 17 anos.

O memorial será erguido na fazenda Santa Marta, do tropeiro Paulo Emilio Marques, dono do animal e de uma premiada companhia de rodeios. O lendário Bandido também fazia parte do seu plantel, hoje composto por 160 animais.

Agressivo ficou 34 montarias invicto, por 13 vezes foi premiado como melhor touro em disputas do circuito da PBR (Professional Bull Riders) e foi eleito o melhor da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos em 2010.

A ideia do memorial surgiu como forma de homenagear os principais touros da companhia. Agressivo era tratado como uma estrela na propriedade rural, ao ficar isolado numa grande área, sem se misturar com os outros animais.

 Paulo Mulato, gerente da companhia, disse que Agressivo era calmo no dia a dia, mas nas arenas mudava o comportamento. “Acompanhei toda a carreira dele e fiquei muito triste quando ele morreu. Eu telefonava três vezes por dia para o hospital veterinário para saber do quadro de saúde dele”, disse.

Nas redes sociais, o dono do animal disse que a perda de Agressivo era “um dia triste para o mundo dos rodeios”. “Lembro quando ele chegou na Fazenda Santa Marta em 2008 aos seis anos de idade e logo ganhou o status de o mais temido das arenas ficando invicto por tantos anos. Agressivo deixa um legado de campeão das arenas, colecionador de títulos e um dos mais difíceis de montar. Vá em paz meu touro querido”, disse.

Sem Agressivo, o touro Bipolar, que pesa 1.100 quilos, se tornou a principal atração do mundo dos rodeios -que cada vez mais têm sido questionados por entidades de proteção animal, que alegam que os animais sofrem maus-tratos nos rodeios. A reportagem flagrou neste ano problemas desse tipo em três rodeios pequenos no interior de São Paulo.

Neles, animais foram conduzidos com chutes e expostos a som alto, espera de até seis horas para serem usados nas montarias e aguardavam em currais apertados sem ração ou água. Os rodeios negaram os maus-tratos.

BANDIDO

Ícone dos rodeios, o touro Bandido, que ganhou fama durante a novela “América” (2005), morreu em 2009, aos 15 anos, vítima de um câncer. Ele, porém, foi enterrado no Parque do Peão de Barretos, principal palco de suas montarias, com a presença de 200 pessoas.

No local foi erguido um monumento à memória do touro, que só foi vencido por um peão em 2001, na Festa do Peão de Jaguariúna. Depois disso, ficou invicto até o fim da carreira.

Mulato disse que a principal diferença entre Agressivo e Bandido é que o primeiro pulava para derrubar o peão, enquanto o segundo tinha como objetivo machucar quem estivesse montado nele. Em 2001, o peão Neyliowan Tomazeli, campeão da Festa do Peão de Barretos de 1999, desafiou Bandido no Mundial Toyota, em Jaguariúna.

Após ser derrubado, o peão foi arremessado a quase seis metros de altura, correu risco de ficar paraplégico e por nove meses foi obrigado a utilizar uma cadeira de rodas, pois não conseguia se locomover.  Voltou a desafiar o touro anos depois em Barretos, mas foi novamente derrubado.

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