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Ao instalar a cadeira ou assento infantil no carro você lê antes o manual de instrução? Se a resposta for afirmativa, parabéns, pois as chances de cometer um erro na colocação e fixação são mínimas.

Agora se não tomou esse cuidado e apostou na intuição para encaixar o dispositivo de segurança, saiba que você pode estar no grupo dos 8 em cada 10 pais inexperientes que instalam a cadeira incorretamente quando usam os cintos de segurança. Essa é a média apontada por dados do Departamento Nacional de Trânsito (Detran).

Mas se os números não importam tanto para fazê-lo se preocupar em reservar alguns minutos para ler as instruções, saiba que utilização inadequada da cadeirinha, princialmente de um modelo não indicado para a idade e tamanho da criança, está entre as principais causas por mortes no trânsito envolvendo menores de 11 anos - é tão grave quanto a não utilização do equipamento ao transportar um pequeno no carro.

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No Paraná, por exemplo, esses fatores contribuíram para o aumento de 18% no índice de mortes de crianças até 11 anos pelas ruas e estradas no estados nos últimos dois anos.  “O uso das cadeirinhas torna mais seguro o transporte das crianças, mas de nada adianta se for feito de forma inadequada. Por isso, é importante que os pais tomem todos os cuidados e não tenham pressa na hora de encaixar as crianças aos dispositivos, ressaltou o diretor-geral do Detran-PR, Marcos Traad.

Segundo a organização não-governamental Criança Segura, o uso dos dispositivos de segurança reduz em cerca de 70% as mortes ou lesões graves de crianças.

Para alertar sobre a importância da correta instalação e encaixe, listamos os erros mais comuns cometidos na hora de usar o equipamento, baseado em informações do site BabyCenter Brasil.

Cadeirinha frouxa ou mal instalada

A regra básica para instalar ou usar qualquer produto é ler o manual, ainda mais que esse descuido por custar uma vida. Sim, a leitura é um pouco chata, com ilustrações e explicações, às vezes, complicadas de entender.

Mesmo assim, o passo a passo do manual é a melhor maneira para descobrir por onde passar o cinto de segurança na cadeirinha, para que fique bem fixada (sempre no banco traseiro, de preferência no assento do meio). 

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É importante que o cinto seja realmente apropriado para o tipo de modelo comprado. Quando a cadeirinha não é bem instalada, dá uma falsa sensação de segurança.  Se for preciso, suba no dispositivo com o joelho para, com o peso, conseguir o ajuste mais firme com o cinto do carro. 

A cadeirinha não pode se mexer mais que dois dedos para um lado ou para o outro. Se estiver, aperte mais o cinto. 

Virada para o lado errado

Por mais que ficar olhando para o bebê seja algo irresistível, se ele tiver até 1 ano, pelo menos, o bebê-conforto deve ficar virado para o vidro traseiro do carro, contrário ao movimento.

A posição é obrigatória por lei e considerada por especialistas como a mais segura para crianças bem pequenas (até 9 quilos), por causa da sustentação do pescoço em caso de batida ou freada. 

Se conseguir usar por mais tempo virado para trás, melhor, pois até dois anos a coluna do bebê ainda está em formação e sujeita a lesões em caso de frenagem bruscas e batidas.

As lojas infantis vendem espelho que é colocado diante do bebê para saciar à tentação dos pais ‘babões’.  Além disso se houver outros ocupantes no banco de trás, ele vai gostar de poder olhar para elas de frente. 

Pequena demais ou grande demais

Geralmente o uso das cadeirinhas infantis se estende até os 7 anos e meio, no mínimo. E alguns pais, para economizar, aproveitam a mesma em todas as idades. Só que ela deixa de ser compatível com o peso ou tamanho da criança. 

 O modelo tipo bebê-conforto, que se encaixa no carrinho, é indicada até os 9 kg. Acima disso, passe para a cadeirinha tipo poltrona. O ideal é consultar o manual para saber se seu filho já ultrapassou o limite de peso e altura da cadeirinha usada no momento. E sempre fique atento a hora certa de fazer a transição.

Cinto largo demais na criança

O cinto que prende a criança na cadeirinha deve ficar sempre justo, sem folga. Tire da cabeça que isso a impossibilitará de mexer ou que irá sufocá-la, isso não acontece. Cinto justo impede que a criança se solte e que sofra impacto com o próprio cinto em caso de batida. 

Mas qual é a medida correta? Simples, afivele o cinto e se houver folga suficiente que permita que consiga enrolar dois dedos no cinto, então não está ajustado o suficiente.

Também faça o cinto passar por cima do ombro da criança, mesmo ela que reclame que esteja incomodando. Nunca prenda só a parte de baixo, pois o impacto da barriga com o cinto, na região abdominal, sem os ombros estarem presos, pode causar danos internos aos órgãos. 

Se tiver aquele clipe unindo as duas alças do cinto, procure deixá-lo bem em cima do osso do peito, que é a parte mais dura e protegida do tórax. Posicione-o na linha da axila da criança. 

Deixar de usar ‘só desta vez’

Para quem tem mais de um carro é comum optar em levar a criança solta na banco do veículo que não tem a cadeirinha para ir a um lugar próximo, como o supermercado ou panificadora. Acha que tal atitude não fará mal nenhum, afinal são ‘apenas’ algumas quadras.

É errado. Estudos comprovam que boa parte do acidentes acontece em percursos curtos ou numa zona familiar, perto de casa. A confiança de que conhece a região, que há pouco movimento ou que nada pode ocorrer em baixa velocidade são ingredientes para o pior. 

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É fundamental acostumar o filho a ser colocado na cadeirinha sempre que entrar no carro, desde pequenininho. Com isso evitará birras para usar o equipamento ou o cinto quando ele ficar mais velho - hábito de segurança que se deve levar para o resto da vida.

Tirar da cadeirinha com o carro andando 

Basta a criança começar a chorar ou fazer birra para tirá-la da cadeirinha enquanto o carro está em movimento. Nunca faça isso. Se o motivo é dar de mamar ou trocar a fralda tenha suja tenha paciência e procure parar o automóvel num local seguro. Isso vale, principalmente, para viagens. 

Comprar produtos de segunda mão 

Muitos pais não sabem que as cadeirinhas também têm prazo de validade. O tempo médio máximo para o uso é de 6 anos, uma vez que os plásticos se degradam com o tempo.

A compra de um produto de segunda linha, sem a certificação do Inmetro, é um risco elevado. Por isso pesquise bem se quiser economizar, mas não opte por um dispositivo de origem desconhecida.

Retirar das cadeiras cedo demais

A criança deve usar cadeirinha até os 9/10 anos. Contudo, muitos pais retiram antes dessa idade, ou porque o irmão mais velho já não usa ou porque simplesmente a criança já não quer andar na cadeirinha.

Retirar a criança cedo demais significa que o cinto de segurança não vai assentar como devia. E a criança vai acabar por colocá-lo ou debaixo do braço ou por detrás da cabeça, porque o incomoda. 

Ela está pronta para sair do assento e usar o cinto quando conseguir apoiar as costas no encosto e dobrar o joelho na borda do banco sem deslizar para frente.

Regras para cada idade

Os modelos de cadeira de veículos variam de acordo com a idade de cada criança:

  • Bebês de até 1 ano de idade devem ser transportados no banco de trás do carro no bebê conforto, de costas. 
  • Crianças entre 1 e 4 anos devem ficar na cadeirinha presa com o cinto e no banco traseiro. 
  • Crianças com idade entre 4 e 7 anos e meio, deve ser utilizado um assento de elevação no banco de trás. 
  • Crianças com idades entre 7 anos e meio e 10 anos devem utilizar apenas cinto de segurança no banco de trás.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de segurança é infração gravíssima, gera 7 pontos na carteira de habilitação e uma multa de R$ 293,47. Além disso, o veículo pode ser retido até que a irregularidade seja corrigida.

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