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Você sabe por que é importante realizar a limpeza dos injetores a cada 20 mil km? Ou o que fazer quando as luzes da água e do óleo se acendem no painel? Se o leitor já assistiu ao curso de noções básicas de mecânica da Oficina Sofiste certamente terá as respostas na ponta da língua.

A oficina curitibana de mecânica, lataria e pintura, no bairro Cristo Rei, há três meses oferece o serviço para clientes e interessados. E o que é melhor: gratuitamente.

Apesar de parecer um contra-senso, o proprietário do estabelecimento, Joarez Sofiste, de 46 anos, afirma que ensinar os usuários a cuidar do seu carro não implica na redução do volume de trabalho. "Um mecânico chegou a questionar isso. Expliquei que no curso as pessoas aprendem a fazer um bom uso do carro, prevenindo o desgaste prematuro das peças, e como detectar e resolver um determinado enguiço no motor. Cabe a nós realizarmos as revisões periódicas", comenta. Na visão dele, a manutenção preventiva é a parte boa da mecânica, já "desenguiçar carro é uma tremenda dor de cabeça".

As aulas ocorrem aos sábados, com intervalo de 15 dias, e são ministradas pelo próprio Sofiste. Ele, que é formado em História, repassa aos seus "alunos" um conhecimento adquirido em 36 anos atuando com mecânica de automóveis e caminhões. Experiência que enfeita as paredes da oficina sob a forma de certificados de excelência no trabalho e participações em cursos e palestras nas principais montadoras.

Acompanhar o aula de Sofiste é viajar, em pouco mais de três horas, pelas engrenagens do carro nunca antes exploradas pelo usuário comum e descobrir que o funcionamento de um motor não é nenhum bicho de sete cabeça. "Podemos visualizar o motor desmontado, com as peças abertas. Assim fica mais fácil entender por exemplo a função da injeção eletrônica e como efetuar a troca de água no radiador", conta o estagiário de Engenharia Civil Fábio Luís Damo Benvegnu, de 23 anos, que fez o curso há três semanas. Ele diz que ficou assustado ao ver o estado deplorável de alguns componentes em decorrência da má condução do motorista. "Passei a ter uma outra visão do meu carro. Agora, aprendi que manter o pé no pedal da embreagem enquanto o veículo está parado só aumenta o desgaste da peça", comenta Fábio, que possui um Peugeot, ano 2001.

O estudante João Guilherme Cavalli Pessa, de 24 anos, sempre foi cuidadoso quanto a manutenção preventiva do seu Volkswagen Gol, modelo 2000, porém aprendeu que a faixa econômica de combustível no contagiros fica entre 2.500 rpm e 2.600 rpm. Não sabia também que apoiar a mão no câmbio após a troca de marcha compromete o sistema de transmissão. "O curso te dá uma boa noção do que pode e o que não pode na hora de dirigir", diz Pessa.

É justamente a desinformação a maior vilã do motorista, na opinião de Sofiste. Segundo ele, há clientes que só sabem dirigir e sequer conseguem abrir o capô. "A pessoa ouve um estalo no carro, mas não se preocupa em saber o que se trata. Pode ser o terminal de direção ou o pivô de suspensão que está se soltando e aí vem o acidente. Mais do que a preocupação em gastar, falta ao cliente a informação sobre os cuidados que se deve tomar com o veículo. E é aí que está o princípio do nosso curso", exemplifica.

A iniciativa da oficina Sofiste se difere de cursos ofertados por algumas concessionárias. Primeiro por ser aberto ao público, e não só a clientes, e depois por orientar de forma detalhada e didática como se comportar diante do volante, bem como resolver problemas comuns em situações inesperadas. Alguns mitos até são derrubados pelos ensinamentos de Sofiste como a eterna dúvida se pode ou não dar tranco ou fazer "chupeta" (recarga na bateria a partir de uma bateria externa) em veículos com injeção eletrônica. "Não há problema algum. Desde que se atente para alguns cuidados como o modo correto de dar o tranco e não fazê-lo todo o dia. No caso da ‘chupeta’, é preciso atenção para não inverter a polaridade na hora de ligar os cabos, pois há risco de o automóvel pegar fogo ou queimar o sistema de injeção", completa.

Serviço: A Sofiste fica na Rua Atílio Bório, 103, Cristo Rei. Fone (0XX41) 3264-3902/ 9976-4686.

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