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CAOA Chery Arrizo 5e é o primeiro sedã elétrico no Brasil; veja o preço
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A era dos carros elétricos começa a tomar forma no Brasil. A CAOA Chery apresenta o Arrizo 5e (a pronúncia é de um "r" só), a quinta novidade do segmento só neste ano.

Antes vieram Renault Zoe, Nissan Leaf, JAC iEV40, Jaguar I-Pace, além do BMW i3, que figurava sozinho no mercado nacional - em breve será lançado também o Chevrolet Bolt.

O modelo importado da China é o primeiro sedã movido somente com eletricidade no Brasil. Ele é a variação plug-in do Arizzo 5, já oferecido por aqui com motor 1.5 turbo pela parceria sino-brasileira.

A opção 5e começa a ser vendida primeiro para frotistas e locadoras ao preço de R$ 159.900, com loja física em São Paulo.

E a partir de janeiro de 2020 chega ao público em geral com a abertura de pontos de atendimento em outras cinco cidades - Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília.

O sedã da CAOA Chery é equipado com motor elétrico alimentado por baterias que geram 122 cv e 28,1 kgfm - entregando menos potência, porém mais força que o Arrizo 5 e seu 1.5 turboflex (150 cv e 19,4 kgfm). O propulsor é administrado por um seletor giratório, de apenas uma marcha.

A novidade tem autonomia de 322 km, com tempo de recarga de 1h num posto de reabastecimento rápido (eletroposto), de 8h na estação residencial wallbox e de 20h com o cabo emergencial (tomada convencional de três pinos).

O modelo vem com painel 100% digital, que exibe dados típicos de veículos eletrificados, como gastos de energia, autonomia das baterias e rotação do motor (alcança 12 mil giros). É tanta informação que é preciso de um tempo para se habituar.

A iluminação em tom azul dificulta um pouco a visualização em dias ensolarados. Por fora, uma das poucas diferenças para o modelo a combustão está na grade dianteira, onde se localiza a tomada de força para carregamento.

Central de interação tipo tablet

Na lista de itens de série estão direção elétrica; luz diurna e lanternas em led; acendimento automático e ajuste elétrico dos faróis; rodas de liga aro 16; assistente de partida em rampa; abertura e fechamento das portas e partida sem chave; bancos dianteiros com aquecimento; teto solar; câmera de ré; monitoramento de pressão dos pneus; e freio de estacionamento eletrônico.

O destaque é a central multimídia com tela de 10 polegadas, que a CAOA batizou de central de interação. Ela reúne comandos de climatização (o ar é digital), dados de desempenho do veículo (os mesmos do quadro de instrumentos), conexão Apple CarPlay e Android Auto e sistema de entretenimento.

O formato retangular cria a sensação de estar mexendo num tablet, apesar de não contar com o sistema de rolagem lateral ou vertical. A mudança se dá pelo torque dos dedos.

Divertido e com ótimo consumo

Via de regra, carro elétrico é sinônimo de condução mais prazerosa ao volante. Primeiro por não emitir barulho algum do motor - apenas um zunido -, e não são todos os motoristas que gostam do ronco invadindo a cabine.

Também entrega torque máximo instantâneo ao pisar no acelerador, o que garante arrancadas rápidas e ultrapassagens com "propulsor cheio". O Arrizo 5e segue essa cartilha. Durante o test drive na apresentação do carro pelas ruas e rodovias de São Paulo tais atributos foram realçados.

Não tem como ficar indiferente ao volante. Ainda mais quando se pressiona o botão do modo "Sport" no painel, que está ali para potencializar a tocada.

No entanto, veículo elétrico também tem proposta de direção tranquila. E o Arrizo 5e faz com eficiência. É um dos modelos plug-in com as maiores autonomias no Brasil - são 53,5 kWh de capacidade das baterias de íons de lítio.

O Inmetro aferiu 322 km com uma carga completa, mas a informação na central de interação chegou a marcar 392 km/h no trânsito congestionado da capital paulista com o modo de condução Eco acionado.

A autonomia maior se deve ao sistema de regeneração de energia nas frenagens e desacelerações. No para e anda de São Paulo, as baterias eram constantemente realimentadas. E mesmo na rodovia, onde a autonomia tende a cair mais rapidamente, andamos quase 100 km e ainda sobrou cerca de 300 km de energia "no tanque".

ModeloCapacidade das baterias
Jaguar I-Pace 90 kWh
Chevrolet Bolt60 kWh*
CAOA Chery Arrizo 5e53,5 kWh
BMW i342,2 kWh
Renault Zoe41 kWh
JAC iEV4040 kWh
Nissan Leaf40 kWh
*Estreia até o fim do ano.

Há uma terceira opção, o Eco+, utilizado quando a bateria está quase no fim. O sistema passa a economizar ainda mais, desligando vários componentes.

O conjunto de baterias, formado por 92 células, pesa 390 kg e gera 357 Volts. Ele fica alojado no assoalho, o que faz o piso do carro ser elevado. Por ficar na parte inferior, garante estabilidade ao veículo, especialmente nas curvas.

Foto: Renyere Trovão/ Gazeta do Povo
Foto: Renyere Trovão/ Gazeta do Povo
 Foto: Renyere Trovão/ Gazeta do Povo
Foto: Renyere Trovão/ Gazeta do Povo

Espaço e plástico de sobra

Como no Arrizo 5 convencional, o espaço interno da versão elétrica é amplo. São 4,54 m de comprimento e 2,65 m de entre-eixos, sem qualquer aperto para os ocupantes. Porém, o encosto do banco traseiro é quase em pé, gerando um desconforto em longas viagens.

A capacidade do porta-malas se repete, transportando bons 430 litros.

Para um veículo de R$ 160 mil, esperava-se um melhor tratamento no revestimento. A profusão de plástico rígido impressiona. Poderia optar pela maciez do acabamento visto no Tiggo 5x e 7. O material mais confortável ao toque aparece nos apoios de braço.

Outro detalhe é o ajuste apenas de altura da direção e com um mecanismo incomum: ao destravar a alavanca embaixo do volante, o mesmo sobe automaticamente - no sistema usual, ele baixa ou fica no lugar.

A suspensão tem ajuste rígido, o que faz as imperfeições da pista serem sentidas pelos ocupantes. Passar rapidamente num buraco ou numa lombada é batida certa de fim de curso das amortecedores. Em se tratando de um sedã, poderia entregar mais conforto ao rodar.

Garantia de 8 anos e manutenção baixa

Apesar do alto preço do 5e - R$ 94 mil a mais que o Arrizo 5 (parte de R$ 65.790) -, o custo de manutenção é até 4 vezes mais baixo que um motor a combustão, garante Marcio Alfonso, CEO da CAOA Chery. Até 60 mil km rodados, o proprietário irá pagar R$ 2.257, ou 30% a menos que na versão turboflex.

A marca dá garantia total de 3 anos (exceto peça de desgaste natural) e de 8 anos para bateria e conjunto motor.

O modelo estará disponível nas cores azul, preto e branco. O Brasil é o primeiro país fora da China a receber o sedã elétrico, que foi lançado no mercado chinês em 2017.

*O jornalista viajou a convite da CAOA Chery

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