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Os intrépidos Galaxões compõem a paisagem do exótico deserto de sal, na Argentina. Da esquerda para a direita: Landau 1982 cinza granito, LTD 1979 turquesa viena e Landau 1982 verde astor | Divulgação/Amigos do Galaxie
Os intrépidos Galaxões compõem a paisagem do exótico deserto de sal, na Argentina. Da esquerda para a direita: Landau 1982 cinza granito, LTD 1979 turquesa viena e Landau 1982 verde astor| Foto: Divulgação/Amigos do Galaxie
  • Cezar Avelar, Martin Palma, Olavo Vilela, Maurício Gaudêncio, Leonardo Brown e Sandro Picollo. Agachados: Alvaro Filho e João Coelho
  • Confira alguns momentos da expedição no diário de bordo

Os três Ford Galaxie da foto acima têm na bagagem mais de 160 mil quilômetros rodados. Mas são os últimos 8 mil quilômetros que ficarão para sempre na memória de oito fãs do carro. Durante 17 dias, eles estiveram a bordo dos sedãs numa viagem intitulada "Missão Atacama 2010". A aventura teve como destino principal o deserto mais alto e árido do mundo, no Chile. O grupo foi formado por integrantes do clube Amigos do Galaxie, de Curitiba, e partiu da capital no dia 20 de agosto, retornando no dia 5 de setembro com muitas histórias e lembranças de paisagens belíssimas e lugares inóspitos.

No pequeno comboio, dois mo­­delos Landau 1982 e um LTD 1979. Os dois primeiros já desbravaram o continente sul-americano. Em 2007, participaram da "Missão Ushuaia" rumo à capital da província Terra do Fogo, no extremo Sul da Argentina, também chamada de "cidade do fim do mundo". Três dos oito presentes na atual expedição estiveram naquela empreitada.

Para suportar a longa e desgastante viagem, os veteranos veículos ganharam uma atualização mecânica pelas mãos de Andrey Jasper, da Jasper Motor Garage, conhecido preparador de motores de Curitiba. Fo­­ram trocadas peças do bloco V8 e da suspensão, além de componentes elétricos.

Segundo Alvaro Gonçalves Filho, 40 anos, dono do Landau 1982 cinza granito e também um dos idealizadores da projeto Atacama, os carros se comportaram de maneira perfeita, salvo pequenos contratempos. O primeiro motivado pela enorme distância entre postos de combustíveis nas estradas argentinas. "Faltou gasolina em um dos veículos e tivemos que recorrer à pindureta (tirar combustível de um carro para colocar em outro)", lembra. Nas intermináveis retas argentinas, o trio fez cerca de 6,5 km/l de média, com um velocidade cruzeiro de 120 km/h.

Para piorar, os estabelecimentos não aceitavam cartão, nem dólar e muito menos real. Somente peso argentino, moeda que o grupo não carregava no bolso. Com muito custo trocavam alguns dólares para conseguir abastecer o suficiente para chegar ao próximo posto. E assim foi durante os 900 km de trajeto de Resistência até Salta, relatou Filho.

Outro imprevisto da viagem foi uma lanterna queimada. No restante do trajeto, apenas a contemplação de belos cenários visitados pelo grupo. "Aden­­trar o Salar Grande (na Argen­­tina) dirigindo os Galaxies foi im­­pres­­sionante. No deserto, um dos pontos altos da viagem foi a visita ao Valle de la Luna, local mais inóspito da Terra", contou Maurício Gaudên­cio, de 35 anos, proprietário do Lau­­dau 1982 verde astor. O LTD 1979 pertence a Leonardo Brown, 34 anos.

Encarar a subida da Cordilheira dos Andes a bordo de um Galaxie foi marcante para Sandro Picollo, 39 anos. "Já tínhamos feito isso em 2007 na viagem a Ushuaia, mas dessa vez foi totalmente diferente. Além de subir aos 4.842 metros de altitude, ainda pudemos passear nas alturas entre os montes que por vezes estavam nevados, outras secos e quentes". O trio de sedãs virou a atração pelas ruas estreitas de San Pedro de Atacama. Esse foi outro momento gratificante relatado por Picollo.

Alvaro Filho preferiu destacar os contrastes observados nas regiões visitadas pelo grupo. Do calor de 30ºC em Foz do Iguaçu aos -15ºC na Cordilheira dos Andes, próximo ao Pico do Aconcágua, ou do clima ameno em Santiago à neve a pouco mais de 40 km de distância da capital chilena, no Valle Nevado. Até a organização e qualidade de cidades como Santiago e Mendoza, em contraste à balbúrdia total em Ciudad del Este, no Paraguai, chamou a atenção dele. "O que para muitos já seria suficiente, tornou-se ainda mais incrível por estarmos de Galaxie", resumiu.

Mesmo com as lembranças da aventura ainda vivas na memória, a trupe do Galaxão já começa a vislumbrar outras paisagens para curtir a bordo do carrão símbolo de conforto e sofisticação entre os anos 60 e 80. "Faremos uma nova expedição talvez daqui dois anos. Só não temos ainda a data e o roteiro definidos", adiantou Filho.

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