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Gazeta do Povo
| Foto: Renyere Trovão/ Gazeta do Povo

Ford lança a linha 2018 do New Fiesta, com novidades para encarar a nova geração do Volkswagen Polo e do inédito Fiat Argo, modelos que já aparecem em novembro entre os carros mais vendidos no país - a lista de rivais ainda têm Peugeot 208Citroën C3Honda Fit.

O hatch de apelo premium chega às lojas em dezembro com preços que variam de R$ 56.690 a R$ 75.190. São R$ 3 mil a mais na média em relação à linha anterior (confira abaixo os preços e as versões).

As alterações foram sutis, inspiradas na sétima geração do modelo apresentada no Salão de Frankfurt, em setembro passado. A Ford preferiu reestilizar a versão vendida no Brasil em vez de apostar num novo carro, como fez na Europa - por lá, ele ficou maior e mais sofisticado.

Renyere Trovão/
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New Fiesta 2018 manteve os motores 1.6 Sigma flex (128 cv e 16 kgfm) e 1.0 EcoBoost (125 cv e 17,3 kgfm) a gasolina, de três cilindros. O propulsor turbo deixa o topo de linha para figurar numa versão intermediária, agora chamada de Style.

A marca também optou por continuar com o câmbio automatizado Powershift de dupla embreagem e seis marchas. A transmissão virou alvo de polêmica após clientes reclamarem do barulho, trepidação e até do superaquecimento. 

A Ford afirma que fez melhorias na caixa para corrigir os defeitos. “Agora ela está no mesmo nível de robustez do automático do Fusion (hoje também na EcoSport)”, ressalta Volker Heuman, engenheiro-chefe de Powertrain da Ford

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Segundo ele, a marca reconheceu que havia problemas e, por isso, atualizou os componentes. “O índice de reclamações dos clientes reduziu em 90%”, garante. 

Para descolar esse ‘novo’ câmbio do antigo problemático, a montadora abandonou a nomenclatura Powershift, tratando-o agora como automático de troca sequencial. A transmissão manual de cinco velocidades segue nas duas configurações de entrada, SE e SEL.

Grade com ‘diamantes’

Renyere Trovão / Gazeta do Povo

As novidades visuais contemplam a grade hexagonal, que adotou o estilo colmeia no lugar dos frisos horizontais do modelo atual e pequenos apliques cromados que lembram diamantes, segundo a fabricante. 

Com isso, o carro ganhou um ar mais esportivo, realçado pelo para-choque redesenhado e com mais vincos, além de uma maior abertura na parte inferior.

A moldura dos faróis de neblina exibem um novo formato e a versão Titanium passa a contar com luz diurna na base dos faróis e lanternas em led.

Os faróis não tiveram o formato alterado, da mesma forma que as linhas laterais. As luzes das lanternas, por sua vez, ganharam um novo arranjo e assinatura exclusiva na versão mais cara.

Pedro Bicudo / Divulgação

Mais conectado

Por dentro o modelo incorporou a central multimídia Sync 3, de tela 6,5 polegadas colorida, já presente no Focus e no EcoSport. O sistema permite espelhamento de smartphones por meio do Android Auto e Apple CarPlay e adiciona a câmera de ré, outro item inédito no carro. O novo multimídia melhorou bastante a experiência do usuário.

No entanto, a marca ainda peca no computador de bordo localizado no quadro de instrumentos. Ele continua reduzido, exigindo um maior esforço para a visualização dos números.

Apesar de manter a mesma plataforma da época do lançamento no Brasil, em 2011, o New Fiesta recebeu reforços estruturais na carroceria, aumentando a proteção em caso de impactos laterais. O modelo continua a ser o único do segmento a vir com seis airbags (versão Titanium Plus).

Os bancos ganharam novas espumas e a suspensão foi recalibrada, privilegiando o maior conforto.

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Direção prazerosa

O hatch continua a empolgar quem gosta de respostas rápidas e comportamento previsível ao volante, que é bem calibrado. Não há sustos em mudanças brutas de direção e nas curvas, graças a ação eficiente dos controles de tração e estabilidade.

O câmbio automatizado com dupla embreagem proporciona trocas rápidas, conduzindo o giro do motor de maneira eficiente. O motor 1.6 aspirado dá conta do recado em retomadas e ultrapassagens, mas grita bastante a partir das 4 mil rotações.

New Fiesta 1.0 EcoBoost.
Pedro Bicudo / Divulgação

Já o motor 1.0 EcoBoost de três cilindros (importado da Romênia) emite o som mais grave característico e responde prontamente à pressão no acelerador. 

Ele deixa o New Fiesta 20% mais rápido do que quando equipado com o 1.6. O turbo leva o hatch da inércia aos 100 km/h em 9,6 segundos, enquanto o 1.6 cumpre a mesma missão em 12,1 s.

O torque demora apenas 1,5 segundo para sair de 50% e chegar até 90%, isso a 1.500 rpm, eliminando o fenômeno conhecido como ‘turbo lag’ (tempo que a turbina leva para entrar em operação). 

Confira o consumo dos dois motores, segundo o Inmetro:
Motor Cidade Estrada
1.0 EcoBoost (gasolina) AT
12,5 km/l
15,3 km/l
1.6 Sigma Flex manual
8,2/ 12,0 km/l 
(etanol/ gasolina)
10,0/ 14,6 km/l
(etanol/ gasolina)
1.6 Sigma Flex AT
7,8/ 11,2 km/l
10,3/ 14,9 km/l
(etanol/ gasolina)

Ao contrário do Polo e do Argo, que possuem borboletas atrás para a troca manual das marchas quando dispensam o pedal de embreagem, no New Fiesta as mudanças podem ser feitas por meio de teclas na lateral da alavanca, que não é muito prático.

A ergonomia é muito boa, com comandos de vidros e retrovisores à mão, além de entradas USB bem posicionadas no meio logo abaixo da alavanca - aliás são de carga rápida (e não apenas de manutenção como vemos muito por aí). 

Agora, para um carro com pretensões premium, o acabamento interno deveria ser mais caprichado. Há muito plástico pela cabine e de aparência pouco agradável aos olhos e ao toque. Os encaixes das peças também passam a sensação de produto inferior.

Por que não o europeu?

Atualizar a versão nacional em vez de apostar na nova geração vendida na Europa. A escolha da Ford vai na contramão do que oferece seus principais rivais de mercado. 

O VW Polo estreia a sexta geração no Brasil.sobre a moderna plataforma MQB, enquanto o Fiat Argo é um produto inédito. Não por acaso, ambos já figuram entre os carros mais vendidos do país em novembro.

“O Brasil tem um produto que atende às necessidades dos clientes. E o New Fiesta evoluiu nos quesitos mais valorizados no segmento, que é design, seguranca, conforto e conectividade”, ressalta Fernando Pfeiffer, gerente de Marketing e Produto da Ford.

Sétima geração do Ford Fiesta, lançada neste ano na Europa.

Na opinião do executivo, na Europa há um outro perfil de consumidor, que necessita de uma renovação maior. “Se trouxéssemos a nova geração, os preços ficariam impraticáveis”, argumenta.

Já que a Ford descartou a nova geração por aqui, poderia ao menos repetir a fórmula usada para o EcoSport, que não mudou de geração mas ganhou um novo desenho interno, bem mais interessante, com acabamento sofisticado e sem o excesso de plástico.

O suvinho incorporou ainda novos equipamentos e, principalmente, a transmissão automática com conversor de torque.

Sétima geração do Ford Fiesta, lançada neste ano na Europa.

O resultado é um Eco com atributos para encarar os rivais com projetos mais atuais. O modelo vendeu 3,2 mil unidades em outubro, encostando no Nissan Kicks e já com o Jeep Renegade na alça de mira.

O New Fiesta 2018 nem precisaria recorrer ao novo motor 1.5 Dragon, de 3 cilindros (137 cv e 16,2 kgfm), do EcoSport. Bastava apostar no 1.0 EcoBoost (turbo e injeção direta), tido lá fora como um dos melhores nesta faixa de cilindrada, principalmente pelo ótimo desempenho e consumo.

Ou seja, ampliar a oferta para outras versões e torná-lo bicombustível para deixar o carro ‘mais vendável’. A Volkswagen, por exemplo, equipa as configurações Comfortline (intermediária) e Highline (topo) do Polo com o 1.0 TSI turboflex, de 128 cv, as mais procuradas do carro.

Volker Heuman admite que a Ford estuda esta possibilidade, porém, por enquanto um motor EcoBoost turboflex se tornaria um projeto de custo elevado.

Preços e versões do New Fiesta 2018

SE 1.6: R$ 56.690

Direção elétrica; câmbio manual; rodas de aço aro 15″; retrovisores e vidros elétricos (dianteiros); central multimídia Sync 1; sensor de ré; e farol de neblina.

SE Style 1.6: R$ 59.590

+rodas de liga leve aro 16.

SE Plus 1.6 AT: R$ 62.390

+câmbio automatizado de seis marchas; central multimídia Sync 3; controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; e vidros elétricos nas quatro portas.

SEL 1.6: R$ 61.090

+ar-condicionado digital e rodas de liga aro 16. 

SEL 1.6 AT: R$ 65.390

+câmbio automatizado de seis marchas.

Style EcoBoost 1.0 AT: R$ 69.790

+motor 1.0 turbo a gasolina; sistema de navegação; câmera de ré; bancos parcialmente em couro; faróis com luzes diurnas em led.

Titanium 1.6 AT: R$ 71.190

Mesmos itens da EcoBoost (sem turbo).

Titanium Plus 1.6 AT: R$ 75.190

+bancos em couro; sete airbags; acesso e partida por chave presencial; faróis e limpadores automáticos; e retrovisor eletrocrômico.

O jornalista viajou a convite da Ford
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