Para driblar chaves codificadas, alarmes sofisticados e bloqueadores, os bandidos estão optando por roubar o veículo (quando ocorre sob ameaça ou agressão ao motorista) ao invés de furtá-lo (o carro é levado na ausência da vítima).
Na Grande Curitiba, assim como em boa parte do país, o Gol é o preferido dos bandidos. No ano passado, cerca de 400 unidades da frota segurada tiveram casos de sinistro, segundo levantamento do Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso do Sul (Sindiseg). Em seguida aparecem o Fiat Palio, com 220; o Chevrolet Corsa, com 180; e o Chevrolet Astra, com 145. O ranking dos "sete mais" se completa com o Fiat Mille (110), VW Golf (100) e Parati (90). Vale destacar que apenas 19% dos automóveis que circulam pela capital e região metropolitana são segurados. Ou seja, as ocorrências acima devem, no mínimo, dobrar considerando a frota total de veículos.
Vítor Boscardin, proprietário da Boscardin Corretora de Seguros, explica que o Gol se mantém no topo da lista há um bom tempo por ser o modelo mais vendido e, conseqüentemente, contar com a maior frota circulante no país. "Uma coisa puxa a outra. Mais Gols nas ruas significa maior chance de o modelo se envolver numa colisão ou em pequenas batidinhas. O proprietário, disposto a economizar, acaba recorrendo ao comércio negro de peças que, por sua vez, forma seu estoque através dos desmanches", diz.
O mesmo raciocínio se aplica aos demais veículos, já que o destino da maior parte dos carros roubados continua sendo o desmanche ilegal, onde são retiradas as peças de maior procura para abastecer o mercado paralelo. "O índice de roubos de cada modelo está relacionado à procura dessas peças. Quanto maior a escassez delas no mercado original, mais visado ficará o veículo pelos ladrões", explica Ramiro Fernandes Dias, diretor executivo do Sindiseg. Outro destino é o uso em atividades criminosas como transporte em assalto e fuga.
Do outro lado do ranking, entre os preteridos pelos ladrões, estão modelos mais luxuosos, que não servem para fugas (os ladrões preferem carros menores e mais potentes) nem têm um vasto mercado de reposição de peças.
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