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A Nissan suspendeu a produção doméstica de veículos para o mercado japonês por pelo menos duas semanas para resolver problemas no processo de inspeção que levaram a montadora a fazer um grande recall, afirmou a companhia nesta quinta-feira (19).

A segunda maior fabricante de automóveis do Japão disse que irá paralisar a produção de veículos voltados ao mercado interno em todas as seis fábricas japonesas para reconfigurar suas linhas de inspeção.

O anúncio acontece depois de a Nissan admitir que técnicos não certificados continuaram a realizar as verificações finais de veículos, mesmo após a companhia de ter dito que reforçou o controle de seus processos de verificação de qualidade quando a questão surgiu, no final do setembro.

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Essa etapa é obrigatória para os carros vendidos no Japão, que recebem um selo e precisam ter um relatório enviado para o governo nipônico.

O problema já forçou a montadora a convocar um recall envolvendo todos os 1,2 milhão de carros vendidos pela marca no Japão nos últimos três anos. A empresa disse nesta quinta que mais 34 mil carros serão inspecionados novamente, provavelmente expandindo o recall em cerca de 4 mil veículos.

O Ministério dos Transportes do Japão disse neste mês ter descoberto que técnicos não certificados estavam usando credenciais de fiscais certificados para assinar as inspeções finais de veículos da Nissan, violando as diretrizes do ministério.

Como resultado, a Nissan convocou o recall para refazer as avaliações finais de qualidade a um custo de cerca de 25 bilhões de ienes (US$ 222 milhões). As inspeções envolvem verificação de radio de manobra e capacidade de freio e aceleração.

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A Nissan continuará a produzir veículos para exportação no Japão, incluindo o popular utilitário esportivo Rogue e o elétrico Leaf, porque o processo de certificação para inspeções finais não se aplica aos veículos exportados. A Nissan disse que os veículos afetados não têm problemas de segurança.

O escândalo de inspeção é o primeiro grande teste para Hiroto Saikawa desde que assumiu o cargo de diretor executivo em abril. Ele disse que a empresa aumentará o número de inspetores e reconfigurará as linhas de inspeção.

O anúncio da Nissan vem na esteira de uma série de eventos que estão atraindo atenção para sistemas de controle de qualidade no Japão.

Na quarta (18), outra japonesa, a Mitsubishi, que faz parte da Aliança Renault-Nissan, afirmou que recuperar a confiança pública é sua “maior prioridade”. A fabricante assumiu, no ano passado, ter manipulado testes de consumo de combustível de seus veículos.

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A Kobe Steel, terceira maior siderúrgica do Japão, também admitiu, neste mês, que falsificou especificações sobre resistência e durabilidade de produtos de alumínio, cobre e aço, conduta que pode datar de mais de dez anos atrás e ter impactado cerca de 500 clientes pelo mundo na fabricação de aeronaves, foguetes, carros, trens e usinas nucleares.

Na quinta, a Toyota confirmou que o alumínio usado em alguns de seus veículos era seguro, mas ainda estava checando peças de fornecedores que usavam material da Kobe. O presidente-executivo da Mitsubishi fez uma declaração similar no dia anterior.

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