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O projeto do Stepway Tweed teve inspiração no mundo da moda | Divulgação
O projeto do Stepway Tweed teve inspiração no mundo da moda| Foto: Divulgação

Critérios

‘Força’, praticidade e muita negociação

A cabeleireira e esteticista Solange Souza, de Curitiba, acabou de tirar o seu sétimo carro da concessionária, um Sandero Stepway. Anteriormente, ela fora dona de cinco hatches menores e um sedã, mas desta vez escolheu um modelo com visual robusto, que privilegiasse a posição de dirigir e impusesse respeito a outros motoristas.

Segundo ela, o assento mais elevado é útil para estacionar e observar a rua. Já o tamanho do carro faz com que os demais condutores não cometam nenhuma ‘barbeiragem’ para cima dela.

Além disso, Solange conta que a praticidade do sensor de ré, do controle do som no volante e do GPS acoplado ao painel foram determinantes para ‘fechar’ com o Renault. Entretanto, para ela, o carro pecou pela falta de detalhes. "Se tivessem coisas simples, como um porta-óculos do lado do motorista, seria bacana. E fica tão baratinho!", alfineta.

Mas, no fim das contas, o custo-benefício foi o que mais pesou. "O preço era bom. Eu andei por vários lugares, pechinchei muito, até demais. Mas quando você tem o dinheiro, tem de valorizar", disse a cabeleireira, que conseguiu um desconto próximo de 10%.

Já a opinião da bancária curitibana Cláudia Rigoni foi crucial para a escolha do carro da família. Ela e o marido Luís Felipe Guimarães decidiram comprar em 2009 um Nissan Livina, modelo espaçoso para receber a filha tão planejada. "A segurança e o espaço interno foi o que mais consideramos, porém a primeira coisa que ela exigiu antes de ver qualquer carro era o sensor de ré. E a direção elétrica, que é leve nas manobras, também foi um diferencial", conta o marido, que na época desejava o Nissan Tiida, mas cedeu aos desejos da mulher.

O que elas olham!

Confira quais são as características que mais importam para as mulheres na compra de um carro:

• Visibilidade

O público feminino prefere carros com bancos mais altos e confortáveis. Com isso, elas têm uma melhor visibilidade no trânsito. Tecidos que não ‘marcam’ as roupas também são observados.

• Praticidade

É uma das peças-chave para conquistar a consumidora. Direção elétrica, câmbio automático, comandos para o controle de som no volante e porta-malas espaçoso para as mães de família são características que fazem a diferença.

• Acessórios

Com tantas coisas na bolsa, tudo o que uma mulher procura ao entrar em um veículo são espaços para deixar os óculos e demais ‘cacarecos’ em segurança no porta-luvas. O espelho de cortesia nos para-sol do motorista é fundamental.

• Visual

Diferentemente dos homens, que escolhem cores mais ‘sóbrias’, as mulheres gostam de ousar e optar por pinturas que fogem do convencional. Os SUVs, que além de espaçosos impõem respeito no trânsito, também conquistam o coração delas.

  • Solange Souza buscou um carro maior para ganhar mais respeito no trânsito

A maior participação das mulheres afetou diretamente o mercado de vendas de automóveis no Brasil. Em média, o público feminino representa pelo menos 40% dos consumidores de veículos no país, conforme informações das próprias montadoras. E isso sem contar a influência que exercem ao ajudar o companheiro e membros da família a levar um carro zero quilômetro. Neste caso, 90% da escolha têm o dedo delas.

Por mais que os fabricantes aleguem que projetam seus modelos pensando no público em geral, eles não negam que as mulheres têm um papel determinante na hora de acrescentar acessórios e outros ‘mimos’ que antes não eram pensados pelos marmanjos. Da disponibilidade de múltiplas cores até a presença de porta-óculos e de tecidos mais confortáveis nos bancos, que não deixam marcas nas pernas.

"O público feminino é diferente do masculino. Os homens são mais emocionais na compra, enquanto que as mulheres são mais detalhistas. Elas se preocupam com uma direção mais leve, com a ergonomia dos bancos e com uma suspensão que não capte muitas irregularidades na pista. Elas se fixam nos atributos internos", avalia o gerente de Marketing de produto da Citroën, Gustavo Rotta.

De acordo com ele, o segmento feminino representa nada menos do que 50% das vendas da marca francesa, o que fez com que a montadora prestasse atenção no tecido e no posicionamento dos bancos, com uma regulagem mais alta que garanta melhor visibilidade no trânsito.

Indispensáveis

A racionalidade feminina na escolha do carro ideal é atestada pelo gerente da concessionária Fórmula Renault, do bairro Boa Vista, em Curitiba, Alexandre de Oliveira. Para ele, elas são criteriosas, negociam mais na compra e até deixam de levar alguns modelos caso faltem acessórios considerados essenciais, como os espelhos de cortesia no banco do motorista. "Elas analisam bastante o custo-benefício, pesquisam na internet e trazem muitas vezes uma tabela com a relação de todos os itens opcionais do carro", conta o gerente.

Oliveira afirma que hoje o público feminino é responsável por pelo menos 48% das vendas da Renault no país. Não por acaso, a montadora lançou o Sandero Stepway Tweed, versão limitada a 1,9 mil unidades com inspiração no mundo da moda. O interior do veí­culo possui detalhes em xadrez e a carroceria é em duas cores: preto com detalhes em branco e branco com detalhes em preto.

A escolha pelo Stepway não foi à toa. O hatch com visual aventureiro e suspensão elevada tem posição de dirigir ‘mais alta’, um dos motivos que fazem a cabeça das mulheres (leia ao lado). Monovolumes, como Fiat Idea e Honda Fit, e hatches compactos, como Citröen C3 e Fiat 500, também estão no topo da lista das consumidoras.

A Fiat revelou algumas pistas para tal preferência. Conforme a fabricante, os monovolumes são versáteis, já que podem rebater os bancos traseiros, e dão segurança às condutoras. Os hatches compactos, por sua vez, ganham as solteiras pelo design, as cores variadas e a praticidade para andar e manobrar na cidade. E modelos como o Stepway, e, especialmente os SUV compactos, destacam-se pela altura dos bancos e pela imponência no trânsito diário, o que traz a elas uma sensação de proteção no volante.

Embora Rotta perceba um aumento no mercado automotivo em geral, ele diz acreditar que a tendência é de que as mulheres dominem as ruas nos próximos anos, seja com os veículos próprios ou dos filhos e maridos. Alguém duvida?

Análise - Preocupação delas é útil também para o homem

Caique Ferreira, diretor de Comunicação da Renault do Brasil

O público feminino é importante há algum tempo. E hoje talvez seja o que mais influencia em uma compra. Mas o curioso é que aquilo que a mulher deseja em um carro também é útil para o homem. Eles são mais ligados ao desempenho do veículo, a potência do motor e a esportividade. Já elas são mais funcionais. Preocupam-se bastante com o design e outras características como uma direção mais macia, a facilidade para entrar e sair do carro, a intuitividade para acionar os comandos e também a presença de acessórios que facilitem a vida delas, como espelhos no quebra-sol. São itens que as mulheres gostam e observam no momento da aquisição, mas que também agradam ao cliente masculino. Por isso é fundamental para as marcas observar o que agrada a elas.

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