Populares ainda são frágeis, mas nível melhora

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A nova bateria de provas de segurança automotiva realizados pelo Latin NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos da América Latina), em parceria com a associação Proteste, concluiu que "carros populares mais vendidos na região [América Latina, mas sobretudo Brasil] ainda estão 20 anos atrasados em comparação aos dos países industrializados, e abaixo dos padrões globais", informa a nota oficial emitida entidade.

Os dados da terceira fase de avaliação foram divulgados esta semana. Os modelos envolvidos desta vez foram Ford Fiesta mexicano da nova geração, Honda City, JAC J3, Renault Fluence, Renault Sandero, Toyota Etios, VW Polo e VW Bora (este último não é mais vendido no Brasil). Cada carro foi submetido a uma colisão frontal a 64 km/h contra um obstáculo deformável, que simulava outro automóvel.

Os veículos foram avaliados em número de estrelas, que vão de cinco, que representam segurança ideal para os ocupantes, a zero, para os veículos mais inseguros. Ou seja, quanto mais seguro o carro, mais estrelas ele recebeu. Cinco modelos obtiveram quatro estrelas, devido aos benefícios combinados de resistência estrutural da carroceria, airbags e cintos de segurança: Fiesta, City, Fluence, Etios e Polo. O Bora obteve apenas três estrelas, pela baixa resistência da sua estrutura.

O Latin NCAP também destaca as quatro estrelas obtidas em proteção aos ocupantes infantis, por Fiesta e City – o mérito é da fixação das cadeirinhas de criança diretamente no assento traseiro, em vez de usar o cinto de segurança para tanto.

Renault Sandero e JAC J3 foram os carros com pior desempenho. O Sandero obteve apenas uma estrela por desempenho instável da carroceria e falta de airbags. A versão de entrada do modelo, a Authentique 1.0, de R$ 27.030, não oferece airbags nem como opcionais (o que terá de mudar em 2014). O equipamento custa R$ 2 mil (em conjunto com apoios de cabeça traseiros) na versão seguinte.

O J3 também só ganhou uma estrela, apesar de ter dois airbags. Isso comprova que airbags não são suficientes para tornar os carros mais seguros, quando a estrutura da carroceria é deficiente, o que coloca em risco a vida dos ocupantes do veículo. No J3, o airbag do motorista se deslocou para o lado durante a colisão.

Esses resultados demonstram que os níveis de segurança de alguns dos carros mais vendidos na América Latina ainda são bem inferiores aos de modelos dos mercados norte-americano e europeu. Na Europa, é raro um carro obter menos de quatro estrelas. Nesse sentido, o fraco desempenho do Sandero contrasta com a boa reputação que a montadora francesa conquistou por seus veículos produzidos no mercado europeu. "Os carros populares mais vendidos na região [América Latina, mas sobretudo Brasil] ainda estão 20 anos atrasados em comparação aos dos países industrializados, e abaixo dos padrões globais", afirmou o comunicado da entidade ao divulgar dos dados esta semana.

No entanto, houve algum progresso e mais carros latino-americanos obtiveram classificação de segurança de quatro estrelas. Na avaliação anterior, quatro modelos haviam obtido apenas uma estrela por apresentar riscos de lesões até fatais nos ocupantes. Para o engenheiro Dino Lameira, especialista da área automotiva do Proteste, é bastante positiva em relação à melhora no desempenho dos carros nacionais, uma vez que, segundo ele, melhorias já estão sendo incorporadas aos projetos mais novos. "Foi a primeira vez que conseguimos 4 estrelas no quesito segurança para crianças, por conta principalmente da presença do Isofix". Segundo o especialista, foi o equipamento que garantiu às cadeirinhas melhor fixação e estabilidade durante o impacto.

Desde 2010, o Latin Ncap já realizou o test crash em 26 modelos. Na próxima fase, a instituição pretende incluir o teste de impacto lateral, e talvez o teste feito com pedestres, ambos já realizados pelo Euro NCap.

Avaliações

Serviço:

Os vídeos com testes realizados com os modelos podem ser vistos no site www.latinncap.com.