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Sangue Impuro: quadrilha de SP lava dinheiro com cavalos de 100 mil euros
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Parece história saída dos livros de ficção e, por enquanto, nem o Ministério Público Federal nem a Polícia Federal divulgam nomes, mas adiantam que “a investigada é uma pessoa fortemente ligada ao hipismo, sendo conhecida competidora de provas nacionais e internacionais”. A mulher e um homem foram presos no último 4 de julho na operação batizada de Sangue Impuro.

A 9ª Vara Federal de Campinas expediu dois mandados de prisão e um de busca e apreensão em São Paulo, que foram cumpridos pelo MPF de Campinas e pela PF. Os investigados são suspeitos de pagar diretamente aos exportadores por cavalos de raça subfaturados, sem as declarações devidas à Receita Federal e ao Banco Central.

Ao todo são investigados 4 grupos que fariam parte do esquema e juntos, apenas entre os anos de 2011 e 2015, teriam dado um prejuízo de R$ 160 milhões aos cofres públicos com a fraude, segundo estima a Receita.

Os cavalos de competição de salto chegavam pelo Aeroporto de Viracopos, em Campinas, com documentos falsos ou valor declarado muito menor que o real, geralmente entre 1,5 mil e 8 mil euros. A investigação apurou que alguns animais eram capazes de saltar obstáculos de mais de 1m40 e participavam de competições internacionais, tinham valor estimado de mais de 100 mil euros. Há cavalos que chegam a custar mais de 1 milhão de euros.

Com a redução drástica dos valores declarados, também caíam significativamente os valores dos tributos a serem pagos, o que consiste em crime de descaminho. Há casos em que os documentos informam dados falsos do importador ou do exportador, o que dificulta a identificação dos envolvidos no caso e, segundo o MPF, consiste nos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso.

Esta fase da operação teve o objetivo principal de descobrir como os pagamentos dos valores corretos eram feitos aos exportadores no exterior. O avanço da investigação permitiu a indentificação dos “doleiros” e levou ao cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão, diz o procurador da República Fausto Kozo Matsumoto Kosaka, responsável pelo caso, que acrescenta: “novas medidas investigativas semelhantes em face de outros investigados não estão descartadas”.

Suspeita-se que os pagamentos tenham sido realizados no exterior com recursos não declarados às autoridades brasileiras, o que o MPF aponta configurar os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

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