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Cesar Maia comenta a renúncia do filho, Rodrigo Maia à candidatura presidencial
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No mesmo dia em que o filho, Rodrigo Maia, anunciou por carta a desistência da candidatura presidencial pelo DEM, Cesar Maia disparou um boletim comentando o cenário eleitoral e respondeu com exclusividade para o blog A Protagonista a algumas perguntas sobre a análise, que não continha uma palavra sobre o fato.

Fazendo a análise política, preferiu deixar as considerações para o próprio filho, reafirmando as declarações do presidente da Câmara à Folha de São Paulo “sua candidatura foi fundamental para a unificação do Blocão“. Não é por acaso que Cesar Maia chama o Centrão de Blocão, na realidade é um bloco que pouco tem relação com ser de centro.

Como  o senhor vê a desistência da candidatura de Rodrigo Maia como pai?

R- Não há diferença. 

A análise de Cesar Maia, que já concorreu a 6 eleições majoritárias e 4 proporcionais, leva em conta a série de pesquisas para avaliar o desempenho dos candidatos. Argumenta que, como repetem incansavelmente todos os institutos, uma pesquisa é fotografia de um momento e recomenda que partidos e candidatos façam pesquisas em série e em prazos menores a partir da pré-campanha.
Com a campanha na rua, o cenário muda. “Na campanha -decisiva- propriamente, nos últimos 30 dias, é comum o uso do monitoramento diário, ou tracking. Nesse caso, as pesquisas diárias devem ser agregadas em médias móveis, de 3 ou 4 dias, de forma a ampliar o tamanho da amostra e, assim, reduzir a margem de erro e visualizar melhor as tendências”.
Levando em conta a série do Datafolha de novembro do ano passado a junho deste ano, Cesar Maia enxerga um teto para Jair Bolsonaro na casa dos 20%.  Nesta série, se vê que a candidatura de Bolsonaro se encontra estacionada, com leve tendência declinante a partir de 2017. Não é uma boa notícia para ele, pois se esperava que os números de liderança produzissem um fator de agregação por seu ‘favoritismo’.”, analisa, complementando que na campanha não se pode projetar ainda um crescimento devido ao menor tempo de exposição.
O outro cenário analisado é o do enfrentamento a Jair Bolsonaro por Ciro Gomes e por Geraldo Alckmin, candidatos de maior estrutura entre os demais”. Questionei por que a candidatura de Marina Silva, a que mais cresce sem a presença de Lula nas pesquisas, não foi analisada. “Porque num país continental além do nome é necessário capilaridade política o que infelizmente ela não tem”, respondeu. 
Os resultados desses embates confirmam, para Cesar Maia, que a liderança de Bolsonaro ainda é frágil, na medida em que sua ampla liderança no primeiro turno não se confirma no segundo turno, num sinal de tendência de rejeição”. Ele mostra que, colocados num segundo turno com Bolsonaro tanto Ciro quanto Alckmin triplicam as intenções de voto, enquanto o primeiro aumenta em 50% o número de eleitores.
Até o momento, ainda não foi batido o martelo sobre o embarque do DEM numa candidatura presidencial. O movimento mais factível é aliar-se a Geraldo Alckmin, parceiro de longa data no Estado de São Paulo, repetindo a dobradinha PSDB-DEM sempre presente na política paulista e já efetivada na chapa estadual João Doria-Rodrigo Garcia. De qualquer forma, as conversas de Ciro com o DEM já andaram quentes. Para Cesar Maia, a posição individual do DEM não é tão relevante quanto o conjunto da obra: “o que importa é o resultado é a unificação do Blocão em torno de Alckmin”.
Experiente na política, ele sabe que a campanha mesmo está como a procissão que já mobiliza todos mas, efetivamente, ainda nem saiu da igreja. Recomenda a cautela de acompanhar a série de pesquisas para verificar se as tendências se mantém ou se vão sofrer alterações e em qual direção.
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