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O economista Paulo Guedes, que comanda o núcleo econômico da campanha do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, fala à imprensa - Foto Fernando Frazão/Agencia Brasil
O economista Paulo Guedes, que comanda o núcleo econômico da campanha do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, fala à imprensa - Foto Fernando Frazão/Agencia Brasil| Foto:

Dentro do período de transição que já começa, o economista Paulo Guedes, que deve ser o futuro ministro da Fazenda da gestão de Jair Bolsonaro, tem tido bastante trabalho.

Muitas reuniões internas estão sendo feitas neste início de semana e já é possível traçar alguns caminhos que o futuro governo tomará.

Nesta terça-feira, Paulo Guedes deixou claro que aprovar a reforma da Previdência é uma prioridade.

Inclusive fala sobre a proposta da criação de um regime novo para a Previdência das futuras gerações, com modelo de capitalização.

“Eu passei dois anos dizendo: ‘aprovem a reforma da Previdência’. É evidente que eu não posso só agora, porque passei para o governo e botei um chapéu vou dizer ‘não aprovem a reforma da Previdência’? Tenho que dizer: ‘aprovem a reforma’. Nós vamos criar uma nova Previdência com regime de capitalização, mas existe a antiga que está aí. Além do novo regime que deveremos criar para as futuras gerações, temos que consertar essa que está aí. O dinheiro tem que ir onde o povo está. O povo precisa de saúde, educação e saneamento. Ao invés do dinheiro ficar em Brasília e alimentar a corrupção, tem que descer para os estados e municípios para chegar às áreas sociais”.

Hoje, os aposentados recebem pela contribuição de quem trabalha atualmente. E o governo tem que cobrir o que falta, ou seja, a diferença entre o que é receita e a despesa.

O modelo de capitalização, é como uma poupança, e já é usado no Chile, por exemplo. Uma conta é criada e o contribuinte deposita os valores que virarão sua aposentadoria.

Paulo Guedes também negou que o governo Bolsonaro usará as reservas internacionais do país, exceto ocorra um “ataque especulativo”, que faça dar disparada ao dólar, chegando próximo da barreira dos que faça o dólar atingir o patamar de R$ 5.

“Eu acabei explicar para vocês que se tentarem empurrar o dólar para R$ 5, não tem problema nenhum. Nós vamos reduzir a dívida interna, só isso. O que existe hoje sobre a venda de dólares é que, se houver uma crise especulativa, vai acelerar nosso ajuste fiscal, pois vamos vender US$ 100 milhões. Qualquer economista bem preparado conhece o que chamamos de política de esterilização. Quando há ataque cambial você reduz um pouco as reservas recomprando a dívida interna”.

O economista do time de Bolsonaro também aproveitou para ‘dar uma dura’ em Onix Lorenzoni, deputado e futuro ministro da Casa Civil.

O político disse que não enxergava pressa para votar a reforma, e Guedes fez questão de dizer que cada especialista deve falar sobre sua área.

“Houve gente falando que não tem pressa em fazer a reforma da Previdência. Gente do próprio governo. Aí o mercado reagiu mal. Vocês [jornalistas] estão assustados por quê? É um político falando de coisa de economia. É a mesma coisa que eu sair falando de política. Não dá certo, certo?”

Ainda nesta terça-feira outra questão foi abordada por Paulo Guedes. Ele respondeu sobre uma declaração tida como ‘atravessada’ dada a uma jornalista argentina na segunda-feira.

A jornalista perguntou sobre a posição do governo Bolsonaro sobre o Mercosul. E Paulo Guedes, ‘a la Bolsonaro’, foi direto, dizendo que o assunto não era prioridade do governo.

Hoje, Guedes disse que “em nenhum momento quis desmerecer a Argentina”. Segundo o economista, o foco atual é resolver os “desequilíbrios internos”.

Fato é que essa declaração deixou muita gente ligada ao bloco preocupada e surpresa, inclusive pelo fato específico do Brasil, ser um dos grandes destinos das exportações da Argentina.

O La Nación, jornal de Buenos Aires, estampou: “O Mercosul não será prioridade para governo Bolsonaro”.

A questão é que falta muito mais para o Mercosul evoluir. Há bons acordos, mas nem de longe se compara a outros blocos de países.

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