Mais trabalho que compor o novo governo de Jair Bolsonaro, apenas uma tarefa: garantir a segurança e a integridade física do presidente eleito e de sua família.
Há uma grande equipe preocupada com isso e se desdobrando em planejamentos para a posse, bem como para o futuro governo.
Um estudo para o reforço da segurança de Bolsonaro e sua família é feito a pedido do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen.
Isso se deve pelo fato de o Gabinete ser o responsável por essa área específica, que hoje está a cargo de 55 agentes da Polícia Federal.
Há a ideia de trazer algumas técnicas usadas na segurança dos presidentes dos Estados Unidos, onde há o máximo de rigor nessa área.
Para se ter uma ideia, apenas o carro do presidente americano, tem aparatos dignos de um filme de espião.
O Cadillac presidencial usa motor de caminhão GMC V8 e tem tubos de oxigênio e bolsas com o tipo sanguíneo do presidente, para qualquer emergência.
Contra explosões terrestres, como por minas, por exemplo, o assoalho do veículo tem uma chapa de aço de 13 centímetros, enquanto sua lataria é capaz de impedir vários tipos de projéteis.
As portas são semelhantes às de um avião, todo o carro tem um sistema de filtro de ar que impede ataques com gás e os pneus são praticamente indestrutíveis: ou seja, o Cadillac presidencial não para por nada. Tanto é que o apelido do veículo é ‘The Beast’.
Por aqui, na época do ex-presidente Lula e de Dilma, a frota presidencial era composta por veículos Fusion, da Ford. O Gabinete de Segurança Institucional, em uma reportagem da revista Super Interessante de 2010, disse que havia sigilo sobre a proteção da frota, lembrando que os veículos eram blindados.
O presidente Michel Temer, em muitas de suas agendas, tem usado um modelo maior, tipo SUV, também da Ford: o Edge.
Eu falo aqui especificamente dos veículos, porque o presidente do Brasil, no ato da posse, faz o tradicional desfile em carro aberto, um Rolls-Royce 1953, presente do governo britânico, usado para esse fim e outros eventos.
Essa questão está sendo fortemente desaconselhada pela cúpula que acompanha Jair Bolsonaro.
Um dos nomes que fala sobre o risco é o senador eleito pelo PSL, Major Olímpio. Em reportagem de Evandro Éboli, aqui da Gazeta do Povo, o senador disse que “alguém que passou por um atentado como ele sofreu, e que representa uma mudança tão significativa como ele representa, tem que se tomar todo cuidado. O melhor que faz é não ir de carro aberto por essa Esplanada”.
Consultei o especialista em segurança, coronel da reserva da PM, José Vicente da Silva Filho, que comentou a importância da atenção redobrada sobre a segurança de Bolsonaro. “O presidente do País é uma instituição e precisa de um conjunto de medidas, queira ou não o detentor do cargo. E esse conjunto tem inteligência própria não só para avaliar casos que eventualmente estejam ocorrendo no momento, mas de todo tipo”, explica o especialista.
“Essa segurança em algum momento faz previsões mais sombrias e extraordinárias, como colocar aparatos a prova de balas, ou até mesmo não desfilar em carro aberto. Ainda mais com Bolsonaro, que passou por um ataque durante a campanha. As medidas que já existem são treinadas e a equipe do Brasil é treinada nas melhores estruturas do mundo: de Israel, dos Estados Unidos e do Papa”, diz o coronel José Vicente.
Toda a preocupação ocorre pelo fato de, durante a eleição, Jair Bolsonaro ter sido alvo de atentado em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante caminhada.
Há relatos de que as ameaças seguem até agora, segundo o general Etchegoyen, incluindo de facções criminosas que atuam em presídios do Brasil.
Com a equipe do GSI, mais de 800 pessoas trabalharão na segurança de Bolsonaro, bem como de sua família, o que inclui os cinco filhos.
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