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Cerimônia de transmissão de cargo do governador Wilson Witzel, no Palácio Guanabara em Laranjeiras, no Rio de Janeiro.
Cerimônia de transmissão de cargo do governador Wilson Witzel, no Palácio Guanabara em Laranjeiras, no Rio de Janeiro.| Foto:

A situação política do Rio de Janeiro vive situação de caos. Com a prisão de Moreira Franco, ex-ministro de Temer, o estado conseguiu quebrar mais um recorde. Na Nova República, desde o fim do regime militar, excetuando dois vices que assumiram por cerca um ano cada, todos os ex-governadores vivos do Rio de Janeiro, estão ou foram presos e acusados de corrupção.

Com Moreira Franco, o placar é de cinco ex-governadores presos no período de três anos.

Para ficar mais claro, somente com uma linha do tempo.

Em 1986, Moreira Franco foi eleito com mais de três milhões de votos, derrotando o antropólogo Darcy Ribeiro, sucessor de Brizola, do PDT.

Moreira Franco já havia sido prefeito de Niterói e deputado federal pelo Rio. E o jingle de campanha era claro: pro Rio de Janeiro, o nome dele é Moreira para mostrar o valor. E quem disse que ele estava errado?

Com o fim do mandato, não conseguiu eleger sucessor e Leonel Brizola voltou a governar o Rio de Janeiro. Renunciou em 1994 para concorrer às eleições presidenciais.

Foi aí que seu vice, Nilo Batista, assumiu entre abril de 1994 e janeiro de 1995. Esse é um dos vices que se tornou governador e consegue, até hoje, o feito de não ter sido preso. Ao fim de seu mandato, voltou à carreira jurídica, onde segue até hoje.

Atualmente exerce a função de professor titular de Direito Penal na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e, desde 2006, é professor titular de Direito Penal na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Nas eleições de 1994, o vencedor para o Estado foi Marcello Alencar, do PSDB, que bateu Anthony Garotinho do PDT. Alencar já havia sido prefeito do Rio duas vezes.

E em janeiro de 1999 Garotinho consegue o feito de ser eleito governador do Rio, vencendo Cesar Maia, do então PFL, com quase 58% dos votos no segundo turno. Ele já havia sido prefeito de Campos dos Goytacazes.

Em seu programa eleitoral de rádio, prometeu seguir obras importantes. E seu jingle de campanha destacava sua honestidade.

Voltando aos dias atuais, vale lembrar que Garotinho foi preso três vezes em um ano: na Operação Chequinho, no fim de 2016, depois em setembro de 2017 por fraude eleitoral, cumprindo prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica; e em novembro de 2017. Foi barrado, por ser ficha suja, de concorrer nas eleições do ano passado, quando novamente tentaria o governo carioca.

Ao tentar concorrer a presidência da República em 2002, renuncia e quem assume é sua vice, a petista Benedita da Silva. Outra que ficou menos de um ano no cargo e conseguiu encerrar o mandato incólume até hoje.

Mas o clã conseguiu fazer a sucessora. Rosinha Garotinho, esposa do ex-governador, se elegeu no primeiro turno com mais de 51% dos votos e ficou no cargo até 2007.

Rosinha foi presa junto com o marido em 2017 por crimes eleitorais. Chegou a ser condenada, em janeiro deste ano, por improbidade administrativa, em caso de fraudes na saúde, quando foi governadora.

Sua pena prevê a suspensão dos direitos políticos por 8 anos, perda de função pública e pagamento de mais de R$ 234 milhões em ressarcimento ao Estado do Rio, danos morais coletivos e multa civil. Sua defesa diz que recorrerá da sentença.

Quem assumiu na sequência, foi um campeão: Sérgio Cabral Filho, eleito governador com 68% dos votos no segundo turno em 2006 sobre Denise Frossard do PPS, e reeleito em 2010, no primeiro turno com 66% dos votos sobre Fernando Gabeira, do PV.

Sérgio Cabral foi preso em novembro de 2016, suspeito de receber propina para a concessão de obras públicas. Continua na carceragem da penitenciária de Bangu 8. Foi condenado pela Lava Jato e é réu em 28 processos. Suas condenações somam 198 anos e 6 meses de prisão.

Recentemente, em um depoimento, admitiu os crimes e disse que dinheiro e poder são um “vício”.

Após renunciar em 2014, seu vice assumiu o posto e foi eleito na disputa seguinte. Luiz Fernando Pezão venceu Marcelo Crivella, do PRB, com 55% dos votos nos segundo turno.

Mas, como a sina é pesada, Pezão foi preso em novembro de 2018, poucos dias antes do fim do seu mandato, pela Lava Jato no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador.

Hoje cumpre pena no Complexo Prisional da Polícia Militar do Rio de Janeiro, em Niterói. Foi condenado por improbidade administrativa e perdeu direitos políticos por cinco anos, e ainda terá que pagar multa de 50 vezes o valor de sua remuneração.

Agora, que a cabeça de Wilson Witzel seja iluminada para não se trair pelo poder e pelo dinheiro. E que possa fazer o Rio de Janeiro ser, novamente, uma das joias do Brasil.

Isso tudo sem falar do Legislativo carioca. Ontem, pela primeira vez, o livro de posse da Alerj saiu de sua sede e foi para o presídio de Bangu, onde… pasmem… estão deputados presos que tomaram posse.

Por lá estão André Corrêa (DEM), Luiz Martins (PDT), Marcus Abraão (Avante) e Marcus Vinícius Neskau (PTB). Ainda houve a posse de Chiquinho da Mangueira (PSC), que está em prisão domiciliar.

Acompanhe no vídeo abaixo, a partir dos 47 minutos, a reportagem em vídeo, trechos das campanhas, debates e jingles do que prometiam esses políticos.

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