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O Aperte o Play conversou com Luiz Gustavo Zagonel e Gustavo Conti, os organizadores curitibanos do Warung Day Festival
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Neste sábado dia 14 de Abril a partir das 11h da manhã acontece a 5a edição do Warung Day Festival na Pedreira Paulo Leminski em Curitiba. O WDF como é abreviado é certamente um dos maiores festivais de música eletrônica da capital paranaense e do Brasil. O que este festival representa para nós curitibanos ? Tudo !! Nos trazem informações, referências, tendências mundiais e principalmente, o acesso a grandes shows e apresentações dos maiores DJs do mundo.

Tem uma dupla de curitibanos que é uma das responsáveis por fazer isso tudo acontecer. Luiz Gustavo Zagonel e Gustavo Conti. Zagonel é responsável pela expansão do club com o “Warung Tour” em edições pelo Brasil todo e é sócio fundador do Warung Day Festival. Conti é sócio fundador do Warung Beach Club e também sócio do Warung Day Festival. Juntos a demais sócios, eles prepararam um grande festival para este ano, cheio de novidades. Uma delas é a junção de dois grandes DJs ingleses e que foram importantíssimos para o club catarinense. Sasha e John Digweed. Um festival desta magnitude recebe gente do Brasil todo. Um orgulho para a nossa cidade.

O club é catarinense, mas o festival é curitibano !! Acompanhe o bate papo dos dois com o nosso Blog Aperte o Play.

Luiz Gustavo Zagonel responde:

Como você começou na música eletrônica ?

A paixão pela música começou por volta do ano de 1994. Lá tive os primeiros contatos com eventos e músicas do gênero. Na época frequentava o Club Legends em Curitiba, um dos pioneiros da cidade, e logo depois a Rave Night Club. Essa um marco na história da cidade de do Brasil. Foi ali que meu gosto virou paixão e mal sabia que um dia seria uma profissão. Em 1997 produzi meu primeiro evento, aliás com você de parceiro meu amigo Rafael Araújo, e mais 3 amigos em comuns de infância. O que era uma brincadeira logo se tornou um destino.

Lembro que você era um colecionador nato de CDs de música eletrônica. Ainda os coleciona ? E porquê não quis virar DJ ?

Meu hobby era colecionar CDs do estilo e as únicas lojas boas que existiam ficavam na Galeria Augusta em São Paulo. A coletânea da Global Underground eram as minhas preferidas, comprava todos que saiam. Tinha e tenho o maior apreço por elas, volta de meia escuto uma a uma. Essa paixão pela música logo me despertou a vontade de trabalhar no ramo, e dentro de tantas opções escolhi a de produtor, organizador. Na época até brincava como DJ em festa de amigos, mas foi atrás dos palcos, na organização, que encontrei minha maior motivação.

O que você anda curtindo e escutando no momento ?

Sempre gostei de BPMs mais baixos, lounge e ambient, acho que cai bem a qualquer hora do dia.

O que podemos esperar para o Warung Day Festival deste ano ? Alguma novidade comparado às edições anteriores ?

Essa ano a estrutura vem ainda maior, as pistas e as áreas de atendimento. Sempre buscamos atender a todos da melhor forma, em todos os quesitos, por isso cada ano que passa incrementamos algo novo para surpreender e atender da melhor forma possível. Queremos que todos tenham uma experiência completa e que aproveite o melhor dia do ano ao máximo!

O Sasha e o John Digweed já vieram inúmeras vezes para o Brasil, inclusive já tendo tocado juntos em 2017. Eles são uma grande influência para o Warung, certo ? Porque demorou tanto para conseguir juntá-los em um evento de vocês?

Sasha e Digweed como todos sabem sempre foi um sonho nosso trazer. Seja por agenda, ou pela pausa na carreira que eles tiveram juntos esse momento nunca aconteceu. São DJs que representam a essência do Warung desde o início, cada um com suas noites memóráveis no club. Agora chegou a hora de unirmos as lendas e a espera finalmente chegará ao fim. Dia 14 de abril de 2018 será histórico!

Como você vê a cena eletrônica brasileira no momento comparada a cena do resto do mundo ?

Não existe lugar melhor no mundo para festas ou eventos do que o Brasil. Aqui temos tudo: excelentes DJs, bons clubs, bons eventos. Nossa cena não deixa a desejar em nada pelo que acontece ao redor do mundo. Outro ponto crucial é o povo brasileiro, festeiro como de costume e sempre alegre na pista de dança.

 

 

Gustavo Conti responde:

Antes mesmo da Rave Night Club em Curitiba você organizava shows na cidade. A veia de promover atividades culturais vem desde cedo. Fale um pouco sobre essa sua vocação.

Em 1990 fizemos a primeira Kokun Kaya eu e o Riad Omairi. Sim quando tinha 19 anos abri com mais um sócio uma produtora de reagge chamada Kingston. Trouxemos The Wailers pela segunda vez ao Brasil em Novembro de 1992. Batemos o recorde do Circo Voador no Rio de Janeiro e mais três show memoráveis em Curitiba. Gosto de reagge tanto quanto de música eletrônica. Acho que a minha vocação vem de gostar de receber as pessoas. Antes mesmo do meu primeiro bar a “Creperia” em 1995 e a Rave Night Club em 1996 minha casa já era ponto de encontro de amigos.

Você tem um papel fundamental no crescimento da música eletrônica no Brasil. São quantos anos de trabalho em prol da cultura eletrônica ? De onde vem tanta paixão assim?

Tanto a Rave como o Warung são como meus filhos. Somando dá mais de 22 anos a frente desses projetos. Mesmo o Warung sendo um projeto mais ousado acredito que muitas pessoas que frequentaram as duas casas entendem ser uma continuação uma da outra. Certamente a paixão pela música, no meu grau pelo menos, simplesmente te impede de trabalhar com outros ramos ao longo do tempo. A música sempre parece um caminho natural seja produzindo um evento, tocando com meus amigos ou até dançando na pista.  Vejo tudo como uma coisa só. Tudo envolve essa mesma paixão e fazer o que acredito.

Política e música eletrônica combinam? 

Não combinam e tento não misturar. Não sou um ativista político mas sim um cara politizado que não aguenta mais pagar tantos impostos sem ter nada em troca. Até uma ponte doamos ao município de Itajaí ano passado. Foi também uma forma de agradecer ao município pela oportunidade que nos deu de realizar o nosso projeto Warung. Preferia que tudo ficasse neutro na música eletrônica.

O Warung Beach Club em Santa Catarina sofreu muito para se estabelecer na região. Proibições de festas eletrônicas foram frequentes na década dos anos 2000. Pensou em desistir ? O que fez vocês continuarem a acreditar no negócio ?

O Jeje e Renato Ratier, meus sócios me perguntam ate hoje: “Como você e o João Mansur aguentaram?” A questão é que quando você aposta todas as fichas no seu maior sonho não tem como desistir. Entendi que a resiliência é um, se nao o maior segredo para o sucesso. Mas é fundamental acreditar no que se faz. Com certeza tive momentos que já não acreditava mais. Me lembro que nesses dias difíceis meus amigos e irmãos que trabalham comigo desde a Rave em Curitiba não me deixavam fraquejar. O Luiz Gustavo Zagonel e o Gustavo Rassi.

Luiz Gustavo Zagonel, Sharam e Gustavo Conti

Luiz Gustavo Zagonel, Sharam e Gustavo Conti

De onde tira inspirações e energia para operar uma empresa com o porte do Warung ? Tem o club, as tours, o festival.

Sim club, tour, festival, loja, label, agência de DJs e algumas gigs de quebra. A energia com certeza vem do amor que sinto pelo nosso templo. E não faço nada disso sozinho. Tenho sócios e um time  que formamos ao longo dos anos que considero um dos melhores do Brasil. Me orgulho muito disso.

O que você acha que o Warung tem de tão especial ?

Primeiramente o lugar onde esta instalado, a Praia Brava De Itajaí é seguramente uma das praias mais belas do Brasil. Todo o resto foram os ingredientes da famosa fórmula explosiva que colocamos.  A natureza, a paisagem paradisíaca, música eletrônica de qualidade em todos os minutos. Os melhores DJs do mundo e o público mais bonito e educado do qual tenho muito orgulho!

Sobre o Warung Day Festival. O Warung Beach Club foi um empreendimento que favoreceu muito o estado de Santa Catarina. Mas você é curitibano. O Warung Day Festival foi uma forma de retribuir o público da capital paranaense com a atmosfera e energia do club catarinense ?

Com certeza é uma forma de retribuir mas não deixa de ser a realização de outro grande sonho. Fazer um evento anual na Pedreira Paulo Leminski imagino que todo produtor do Brasil se sentiria muito realizado. Considero a Pedreira um dos únicos lugares possíveis onde podemos não só trazer a atmosfera intensa e elegante do Warung, mas tem ampliá-la.

Sasha e John Digweed juntos, em um evento do Warung na Pedreira Paulo Leminski em Curitiba. O que isso representa para você ? Eles foram artistas que influenciaram muito o club.

Na minha visão Sasha e Digweed são como se fossem os pais do estilo musical que mais me influenciou, o progressive house. Sempre cito a compilaçao Nothern Expousure um marco na música eletrônica moderna. Essa apresentação de 4 horas no Warung Day Festival significa o fim de uma espera de mais de uma década, minha e do nosso público. Uma lenda será escrita nesse dia assim como a primeira apresentação do DJ Sasha em 2006 no Warung Beach Club.

Serviço
Warung Day Festival
Local: Pereira Paulo Leminski
Data: 14/04 – Sábado
Ingressos: http://www.warungfestival.com.br

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