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Por que Atlético e Coritiba jamais vencerão outra vez o Brasileirão

Por
André Pugliesi
06/08/2018 19:40 - Atualizado: 27/09/2023 19:21
Por que Atlético e Coritiba jamais vencerão outra vez o Brasileirão

Quinta-feira, madrugada, 1º de agosto. Gomes parte para a bola. Mais de 100 mil pessoas, num Maracanã lotado, perseguem a trajetória do zagueirão rumo à marca de pênalti. São três passos, três segundos para a história. O chute de pé direito sai seco, a bola corre rente ao gramado e chacoalha o barbante do goleiro Gilmar, do Bangu. O Coritiba é campeão brasileiro.

A cena descrita acima completou 33 anos na última quarta-feira (1º). Ocorreu em 1985, ano da primeira conquista nacional do futebol paranaense, na principal competição do país, criada em 1971. Coube ao Coxa, então já com 75 anos de história, erguer a taça. Passaram-se mais de três décadas e nenhuma noite foi como aquela no Rio de Janeiro. No Alto da Glória, ficaram as lembranças e só.

TABELA: Confira a classificação atualizada e os jogos do Brasileirão

O posto máximo do futebol mais vitorioso do planeta só foi ocupado novamente por um time paranaense após 16 anos. Em 2001, o Atlético foi o campeão do Brasileiro. No embalo de Alex Mineiro, autor de oito gols nos quatro jogos decisivos, quatro nas finais com o São Caetano, o Furacão foi o melhor do Brasil e igualou o feito do rival. Já se foram mais 16 anos e também foi só.

Jejum incômodo da dupla Atletiba que, ao que tudo indica, jamais terá fim. Sorte de quem viu, e vibrou, com os dois clubes do Paraná conquistando o Brasil. Quem não viu, não verá nunca mais. É o que mostra qualquer avaliação do cenário atual do futebol brasileiro e qualquer análise que se possa desenhar para os próximos (muitos) anos.

MERCADO: Veja quem chegou e quem saiu do seu clube

Por que não teremos jamais uma nova estrela dourada? A resposta é muito simples e você, leitor, certamente conhece: poderio financeiro. A diferença de poder de investimento entre os nossos clubes – incluindo o Paraná, claro – e os 12 maiores clubes do Brasil é imensa. E, especialmente na comparação com os mais ricos, só deve aumentar.

Compare as receitas de 2017, números já consolidados, em levantamento da consultoria BDO. O Flamengo lidera o ranking, com folga para os demais. No ano passado, o rubro-negro carioca faturou R$ 648 milhões. O Palmeiras aparece em segundo, com R$ 503 milhões. Atlético e Coritiba ocupam a 13ª e a 14ª posições, exatamente fora do grupo dos 12, com R$ 161 milhões e R$ 119 milhões, respectivamente.

Os números falam por si. E não ficam por aí. Repare também na desigualdade do dinheiro recebido pelas vendas de direitos de transmissão para a televisão. Corinthians e Flamengo ganharam da Rede Globo para o Brasileirão de 2018 R$ 170 milhões, enquanto o São Paulo, segundo no ranking, ficou com R$ 100 milhões. O Atlético, por sua vez, ficou com apenas R$ 35 milhões, o mesmo valor do Coritiba que, embora tenha sido rebaixado para a Série B, manteve a renda. O Paraná, por sua vez, obteve R$ 23 milhões. E mesmo que já tenha sido implementado um sistema mais equilibrado na distribuição, nos moldes da Premier League, e um concorrente tenha aparecido, o Esporte Interativo, a distância seguirá importante.

Claro, as dívidas dos clubes também pesam no potencial financeiro para administrar as contas e, ainda, montar equipes. E há, dentro do grupo dos 12, agremiações com passivos gigantescos, como é o caso do Botafogo, por exemplo, que fechou 2017 com mais de R$ 700 milhões. O Furacão tem débitos na casa dos R$ 288 milhões, grande parte por causa da obra da Arena da Baixada para a Copa do Mundo, enquanto o Coritiba aparece com R$ R$ 246 milhões. Também números da BDO.

O socorro do Governo Federal oferecido pelo Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol), entretanto, fez com que as dívidas dos clubes pudessem se tornar “administráveis”, com quitações programadas e prestações mais suaves. Um fôlego financeiro oportuno, e camarada, mesmo para aqueles que sempre se acostumaram com uma vida perdulária.

Mas você pode estar se perguntando: a diferença de poder financeiro não foi sempre considerável? Sim, não é de hoje que os 12 maiores clubes do país têm mais “bala” para contratar. Mas nunca o futebol arrecadou tanto e, não bastasse, há ainda outro fator, combinado, que sustenta a tese de que Atlético e Coritiba nunca mais serão campeões do Brasileiro – nem o Paraná alcançará seu primeiro título. Trata-se da fórmula da competição.

O Brasileirão é disputado por pontos corridos desde 2003. Quinze anos em que foram fechadas as portas para “surpresas”, como Atlético e Coritiba, assim como o Guarani, em 1978, ou o Bahia, em 1988. Jogado em formato de “maratona”, com ao menos 38 partidas em cerca de seis meses, o Nacional privilegia equipes com elencos mais robustos e poder de ajuste (grana) para correções de rota. Basta ver que o Flamengo colocou R$ 43 milhões na contratação de somente um jogador, o avante Vitinho, para a atual edição.

O vice-campeonato do Atlético em 2004, na segunda edição por pontos corridos, só confirma a regra. O Rubro-Negro duelou com o Santos até as rodadas derradeiras e teve a chance de ficar com o caneco com uma vitória sobre o Vasco, na penúltima rodada. Mas sem Jadson, seu principal jogador, perdeu por 1 a 0. O Peixe, de Robinho, Ricardinho, Deivid e Vanderlei Luxemburgo não vacilou e faturou a taça.

Não há perspectiva alguma de mudança na fórmula, como um retorno ao sistema de playoffs, por exemplo, como foi o caso no triunfo atleticano em 2001. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) justifica que a emoção dos jogos decisivos já tem espaço na Copa do Brasil, jogada em confrontos de mata-mata. Não haverá outra chance para Atlético e Coritiba encontrarem com São Caetano e Bangu, respectivamente, dois oponentes de expressão limitada, numa eventual decisão do principal campeonato nacional.

Resta aos dois clubes buscarem a glória nacional na Copa do Brasil, um torneio de caráter eliminatório, e de “tiro curto”, que ainda permite o aparecimento de zebras – embora cada vez menos, considerando que a última foi o Sport, em 2008. Mesmo assim, parece um sonho distante. O Coxa está na Série B e patina na busca pelo acesso. O Atlético, por sua vez, briga para não cair. Ou tudo muda, dentro dos dois clubes, e no futebol nacional, ou o sucesso fora das fronteiras do estado ficará relegado ao passado.

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