Grana, pressão, parceria… Conheça os bastidores da negociação entre Coritiba e Atlético
Em nove tópicos, entenda a movimentação de Atlético e Coritiba (e até do Paraná) para a definição do local da partida entre o Furacão e o Santos (5/7), pelas oitavas da Libertadores. O Rubro-Negro conseguiu convencer o presidente alviverde Rogério Bacellar, mas diante da pressão da torcida, ficou novamente sem estádio. Entenda essa saga!
1 A sondagem
Antes mesmo da definição das datas das oitavas de final da Libertadores, o Atlético procurou informalmente o Coritiba. Rogério Bacellar, presidente do Coxa, disse que NÃO EMPRESTARIA o estádio, pois não pode sobrecarregar a nova grama (o clube começou a troca após o jogo com o Corinthians).
2 A cobrança
No dia 29/5, Bacellar foi indagado durante reunião do Conselho Deliberativo sobre a possibilidade de EMPRESTAR o Couto Pereira ao Atlético para a realização dos jogos nas oitavas da Libertadores. O Furacão não pode usar sua arena, pois estará locada à Liga Mundial de Vôlei. O dirigente alviverde foi contundente e até surpreendeu os conselheiros do Coxa.3 A justificativa
Bacellar foi indagado a explicar a posição e se ela seria definitiva. Recebeu os parabéns de um conselheiro pela postura de dizer ‘não’ ao rival. A tese do mandatário alviverde é a troca do gramado.
4 O pedido
Nesta semana, após a definição da Conmebol das datas dos jogos nas oitavas, com o Atlético recebendo o Santos no dia 5/7, o Coritiba recebeu um pedido formal do Atlético, através de um documento. Bacellar daria o ok. O Coxa pretendia deixar claro que EMPRESTAR não é igual a ALUGAR. Mas diante da pressão da torcida nas redes sociais, o dirigente voltou atrás.
5 A grana
O sentimento no Conselho Deliberativo do Coritiba que o discurso de Bacellar serviu apenas para acalmar os ânimos da ala mais passional do clube e inflacionar o valor do Couto Pereira. Atlético e Coxa andam juntos comercialmente. Em linhas gerais, para ilustrar, o Coxa queria “arrancar” uma grana do Atlético por causa da Liga Mundial de Vôlei. Algo do tipo: vocês estão ganhando muito com esse evento e estão sem estádio, querem alugar o nosso? Tudo bem, então vamos “dividir” essa bolada, afinal temos uma grama nova, custou caro e pode ser danificada.
6 O plano BO Paraná foi de fato procurado oficialmente pelo Atlético. O Tricolor recebeu um contato telefônico sobre a possibilidade de ceder a Vila. Ficaram de enviar engenheiros e avaliar o estádio, pois o regulamento exige capacidade mínima de 20 mil lugares. Os laudos atuais são de pouco mais de 14 mil, mas a Conmebol tem um parecer de 2007, quando os paranistas disputaram a Libertadores, autorizando o uso do Durival Britto com 20 mil espectadores. Passou agora a ser o Plano A.
7 Gramado
O Couto Pereira fica apto a receber partidas de futebol no dia 2/7, quando o Coxa recebe o Vasco. Mas o ideal é usar pouco o piso, evitando jogos noturnos e seguidos. A situação embasou o ‘não’ oficial do Coxa ao Atle´tico..
8 Prazo
O Atlético precisa comunicar a Conmebol com dez dias de antecedência o local do jogo. Ou seja: sexta-feira (23).
9 Pressão
Especula-se que o Coritiba iria amealhar algo em torno de 300 mil, além da manutenção e seguro para o patrimônio, mas diante da reação da torcida e sócios abriu mão do ganho financeiro. Uma enxurrada de mensagens de protesto e ameaças marcaram o quase sim de Bacellar.
