Ferroviário: uma ausência de 40 anos
Passou batido, mas há pouco mais de um mês lembrou-se a morte – ocorrida há 40 anos — de um gigante do futebol paranaense.
No dia 29 de junho de 1971, o Club Atlético Ferroviário fundiu-se com o Britânia e o Palestra Itália para formar o decepcionante Colorado.
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A história do time que surgiu dessa união é um caso à parte. Ainda existe muita gente com saudades daquela camisa vermelha pródiga em histórias bizarras.
Os fãs do Colorado, diga-se, orgulham-se daquela mística azarada – uma espécie de analogia à vida sem golpes de sorte, típica do brasileiro comum. (veja esse vídeo)
Eram pessoas felizes com a trajetória desgostosa do humilde boca-negra. Ainda hoje escuto discursos nostálgicos ressaltando “como era bom o tempo do coloradinho”.
Enfim, o motivo desse texto é lembrar-se do Ferroviário – a vítima maior do Colorado.
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O falecido gigante foi campeão paranaense em 1937 e 38, também em 44 e 48. Levantou a taça ainda em 53. Voltou a ser bicampeão em 65-66. Foi o primeiro representante do estado no Roberto Gomes Pedrosa, o Brasileiro da época. E jaz!
Certa vez, fui cobrir um treino do Paraná – o espólio do CAF – e o radialista Manoel Fernandes disse que lamentava o fato de o Tricolor não ter resgatado o emblema da extinta agremiação. Achei a observação curiosa, pois não tinha observado ainda essa questão estética.
De fato, perdeu-se um desenho dos mais bonitos.
A tese, salvo falha da minha memória, foi reforçada pelo publicitário Ernani Buchmann, ex-presidente paranista, quando o entrevistei sobre o livro Quando o Futebol Andava de Trem, de sua autoria, há nove anos.
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O livro de Buchmann, diga-se, é obrigatório para quem gosta de história do futebol. Não sei se há exemplares à venda, mas a obra foi editada pela Imprensa Oficial do Paraná em setembro de 2002.
Na pesquisa literária, explica-se que sem o apoio da Rede Ferroviária, a equipe não teve como prosperar.
Ainda hoje imagino como seria aquele time com uniforme pomposo, mas de torcida humilde, em ação.
É difícil encontrar uma definição, mas vou me arriscar para o desgosto de muitos amigos paranistas: se estivesse vivo até hoje, o Ferroviário seria o Paraná – com sua trajetória bipolar — carregando uma camisa de 100 kg.
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Seria um sonho para muitos.
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