Paraná enfrenta dilema: ou bomba público ou não tem dinheiro para subir

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Rodrigo Fernandes

17/05/2017 20:42 - Atualizado: 27/09/2023 20:00

O Paraná precisa de seis mil torcedores de bilheteria por jogo (ou dobrar sua carta de sócios) para manter em pé o departamento de futebol do clube em 2017.

TABELA: veja os confrontos e jogos da Série B

A contabilidade é informal, não é tratada como meta na Vila Capanema, mas escancara a necessidade de um emergencial pacto com seus torcedores para, após dez anos, retornar à elite do futebol brasileiro.

Nesta sexta, devido à baixa procura por entradas, o clube prorrogou a promoção no valor. Com frio e chuva, teme-se que novamente ocorra uma baixa adesão de paranistas.

Se não reverter esse gargalo financeiro com borderô, existe o risco de o saldo vermelho atingir em cheio o desempenho do time em campo – algo que abateu em outras oportunidades o sonho de Série A. O discurso para enfrentar tal dilema é diplomático, sem pressão: ‘Se o torcedor não ajudar, vamos buscar outra alternativa, mas jamais iremos desistir de lutar’

Em termos de taxa de ocupação no estádio, a conta é bastante modesta, com pouco mais de 40% da capacidade da Vila.

O duelo de sexta-feira (19), 19h15, contra o Paysandu, é visto como crucial para perceber se existe mesmo a possibilidade de contar com os fãs nesta luta para deixar a casa em ordem (leia-se pagar os jogadores em dia).

Em 13 jogos como mandante nesta temporada, a média de público foi de somente 4,7 mil pagantes, número turbinado por cinco jogos que superaram esta marca: (Atlético, com 13.018), Bahia (8.366), Vitória (7.399), Atlético (primeira fase do Paranaense, 7.181) e ASA (6.219).

Nenhum outro encontro teve mais de 3.500 espectadores no Durival Brito. Contra o Goiás, estreia em casa na Segundona, nesta terça (16), apenas 2.177 compraram ingresso.

A conta simplesmente não fecha. Com pouco mais de dois mil sócios atuantes, estes subsidiados no preço final, a receita das partidas é pífia. Contra os goianos, por exemplo, a renda bruta foi de R$ 45 mil. As despesas, com base no relatório dos jogos do Campeonato Paranaense, ficam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil.

A dificuldade paranista se agravou com o frustrante leilão da sede social do Boqueirão. O dinheiro dessa venda é tido como fundamental para a contabilidade tricolor ficar em dia. Porém, o valor do arremate não apareceu ainda na conta do clube, invalidando o processo de venda pública. Haverá assim outro leilão.

Foi exatamente por causa dessa busca imediata por recursos a diretoria decidiu vender o mando de campo da partida contra o Atlético-MG. Os valores não são revelados, mas o comprador do jogo, o empresário Naor Malaquias, promete dar detalhes no início da próxima semana de como será o evento, agora agendado para o Couto Pereira, quarta-feira (24).

Devido à baixa procura pelo ingresso antecipado, o preço promocional será mantido até a hora da partida (19h15), diante do Paysandu. pic.twitter.com/NS9k7Kxqnr
— Paraná Clube (@ParanaClube) 19 de maio de 2017

Valores dos ingressos para Paraná x Paysandu (sexta-feira, 19h15)