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Foto: Beto Barata/Presidência da República
Foto: Beto Barata/Presidência da República| Foto:

A viagem de Temer à China não deve render muito mais do que procedimentos protocolares em relações exteriores e passeios para os membros da comitiva presidencial. Nenhum avanço digno de nota e, do outro lado do mundo, as notícias de destaque do governo ainda estão nos escândalos de corrupção.

Em entrevista, um membro da comitiva de Temer à China declarou que os empresários chineses teriam “uma característica singular”; para o diplomata, que falou como quem relata a característica exótica de um país, os chineses eram especiais pois exigiam negociar “olho no olho”, para sentirem confiança na parceria.

Ora, a característica “especial” dos chineses, na verdade, é muito mais comum do que supõe o membro da comitiva de Temer. Afinal, quem de nós não gostaria de ter negociações “olho no olho”, condições seguras para empreender e realizar contratos? Quantos eleitores não sentem falta de confiança nos políticos que os representam, que não têm a coragem de expor suas opiniões “olho no olho”?

O discurso tolo do diplomata revela o fracasso da viagem brasileira à China. Indica inconscientemente o maior entrave do governo Temer para ampliar parcerias internacionais: quem confia na estabilidade política do Brasil?

Eis a cena: o chinês pergunta a Temer, “olho no olho”, se ele garante estabilidade. Temer mobiliza todo seu carisma para transmitir a resposta positiva. Será que os chineses acreditam?

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