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CIA investigou “atividades comunistas” em Curitiba e Irati, mostram documentos revelados pela DW
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A CIA, agência de inteligência do governo americano, divulgou nos últimos meses mais de 11 mil documentos referentes ao Brasil. Os papéis mostram várias ações de vigilância feitas pela agência, em especial durante o período da Guerra Fria, em busca de atividades comunistas no país.

O Paraná esteve no centro de algumas das preocupações da CIA na época, especialmente em função da grande presença de poloneses no estado. Na época, a Polônia tinha um governo comunista, ligado à União Soviética, e houve preocupação com a comunidade de imigrantes no Paraná.

Quem descobriu isso primeiro foi o repórter Jean-Philip Albert Struck, da Deutsche Welle Brasil. Ele mostra, por exemplo, que a CIA comemorou a nomeação de um chefe de polícia para Curitiba que, apesar de descendente de poloneses, era anticomunista. Os documentos estão disponíveis no site da CIA.

Um dos documentos disponibilizados no site da CIA, por exemplo, mostra que a agência estava monitorando as atividades de Esmeraldo Blasi. O texto afirma que Blasi, “um comunista brasileiro”, tinha frequentes contatos com Waldemar Romel, cônsul da Polônia em exercício em Curitiba.

Os dois estariam, segundo o documento, atuando para organizar a Cruz Vermelha no estado. O documento é de fevereiro de 1949, ainda no começo da Guerra Fria. O “perigo” visto pela CIA era que Blasi estava “fazendo amigos” e se infiltrando entre os ferroviários.

Ainda em 1949, a CIA se preocupou com uma ligação dos poloneses com os ferroviários, desta vez em Irati, “uma pequena cidade em desenvolvimento perto de Curitiba”, diz o texto. Em 31 de março de 1949, durante o governo Dutra, a cidade estaria, segundo a CIA, se transformando rapidamente em um centro do Partido Comunista do Brasil e de atividade comunista polonesa.

“O material de propaganda é enviado do Consulado Polonês em Curitiba para Irati por ferroviários. Remessas contento material de propaganda vinham sendo enviados pela ferrovia até que se descobriu que trabalhadoras dos Correios em Irati tinham ficado sabendo dos nomes dos agitadores comunistas e passado a destruir o material de propaganda enviado para eles.”

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