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Coligação considera “irreversível” desistência de Beto Richa de campanha ao Senado
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A coligação de Cida Borghetti (PP) considera “irreversível” a renúncia de Beto Richa (PSDB) à candidatura ao Senado. Embora o ex-governador ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre o tema nem mandado recados da prisão, seu grupo político acredita que não restou outra opção.

A única dúvida é se Beto desistiria do Senado para concorrer a deputado federal ou se sairia de todo da campanha, para se dedicar exclusivamente à sua defesa. O ex-governador está preso em Curitiba desde a terça-feira, numa operação do Gaeco que o acusa de comandar uma organização criminosa.

“Eu defendo que ele desista de tudo, que saia da vida pública e se explique”, diz um aliado próximo. Na campanha, no entanto, ninguém sabe exatamente como proceder: todos os homens de confiança de Beto, que poderiam servir de ponte para uma articulação, estão presos com ele, incomunicáveis.

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Segundo advogados eleitorais, a lei não permite que o partido ou a coligação cancelem a candidatura por ter deixado de ser interessante, nem mesmo no caso de prisão. “É uma decisão personalíssima. Claro que todo mundo quer que ele desista, para não contaminar a candidatura da Cida. Mas só ele pode fazer isso, por meio dos advogados”, diz um consultor jurídico.

Alex

O que a coligação pode fazer está sendo feito. Nesta sexta-feira, o outro candidato a senador da chapa, Alex Canziani (PTB), já deve passar a ocupar integralmente o tempo de tevê da chapa, deixando Beto totalmente de fora. “Parece irreversível”, diz um aliado. “Já estão até desmobilizando o escritório”, afirma.

Pela lei eleitoral vigente, os candidatos têm até o próximo dia 17, segunda-feira, para trocar o cargo em disputa ou renunciar à eleição. Não se sabe nem mesmo se Beto estará solto até lá. Embora sua prisão temporária vença no sábado, o prazo pode ser renovado ou a prisão pode ser convertida em preventiva. “Se renovarem, ele desiste”, diz um advogado.

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De qualquer modo, o efeito dos três dias de prisão foi aterrador. “A candidatura derreteu. Ele não tem mais a menor condição de disputar”, diz um aliado. Deputados e prefeitos abandonaram o barco e os candidatos tentam a todo custo se desvincular do tucano.

Caso Beto desista, a coligação tem ainda de decidir se coloca outro nome no seu lugar ou se concorre apenas com Alex Canziani.

Osmar

Enquanto isso, as outras candidaturas exploram como podem o episódio. Na tevê, nesta quarta-feira, vários candidatos já falaram da prisão. E até mesmo uma nova candidatura pode surgir.

Osmar Dias (PDT), que era considerado peça fora do xadrez eleitoral deste ano depois de desistir de disputar o governo, estaria se mobilizando para substituir Nelton Friedrich (PDT) e concorrer ao Senado, antevendo que teria grandes chances de se eleger sem Beto na disputa.

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Até onde se sabe, Nelton não seria contra a manobra. Mas João Arruda (MDB), cabeça da chapa, declarou na sabatina da Gazeta do Povo nesta quinta-feira que seu candidato é Nelton, e não pareceu concordar com a troca de última hora.

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