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Nove entre dez pessoas que conhecem bem o governador Beto Richa (PSDB) acreditam que o seu atual chefe de gabinete, Deonilson Roldo, é um dos três principais conselheiros que ele mais ouve antes de tomar qualquer decisão. Não se trata de chute, nem de palpite. A pergunta de fato foi feita para deputados, secretários e ex-secretários que convivem com o governador. Gente que entra no Palácio Iguaçu na hora que quer. E, para eles, Deonilson é o sujeito que mais influencia as decisões de Richa – só um deputado não o inclui na lista.

A pergunta feita pela coluna era sempre a seguinte: quem são as três pessoas que hoje o governador Richa mais ouve e que mais o influenciam. Um dos deputados ouvidos respondeu com os seguintes três nomes: “Deonilson, Deonilson e Deonilson”. Outro deputado federal ficou um bom tempo só tendo lembrado de Deonilson Roldo, até que depois de um minuto se lembrou de citar também Fernanda Richa.

Curiosamente, para o público em geral, o nome do chefe de gabinete do governador é pouco ou nada conhecido. Deonilson é jornalista de formação. No governo Jaime Lerner, virou secretário pela primeira vez, na Comunicação. Depois, foi chamado por Beto Richa para assumir a mesma pasta na prefeitura. Subiu ao Palácio Iguaçu e, lá, ganhou cada vez mais a confiança do chefe. Acabou na porta ao lado, comandando a agenda do governador e, como se viu, tornou-se seu principal conselheiro.

“Ele funciona muito bem nesse papel, porque ele não tem projeto político. O projeto político do Deonilson é o Beto. Então ele não puxa a sardinha para um lado ou para o outro, como fazem os deputados, por exemplo”, disse um dos respondentes da enquete. Não é à toa que o sujeito, mesmo sem ter recebido um único voto na vida, se tornou um dos favoritos para a chefia da Casa Civil. (Até sexta, o governador deve escolher entre ele, Valdir Rossoni e Eduardo Sciarra.)
A preferência de Richa por conselheiros não políticos fica clara também no restante da lista dos mais mencionados na pesquisa. O segundo nome mais citado foi o da primeira-dama, Fernanda Richa, com seis votos. E o terceiro conselheiro mais lembrado foi Ezequias Moreira, que embora esteja em uma função de pouquíssimo destaque (a esquisitíssima e desnecessária secretaria especial de Cerimonial e Relações Internacionais) é visto como alguém em quem Richa confia. O que, aliás, pode ajudar a explicar muita coisa.

Além desses, vários outros conselheiros da família apareceram na lista. Dois votos, por exemplo, foram para o irmão do governador, Pepe Richa, atual secretário de Logística e Infraestrutura. Outros dois para um primo, Luiz Abi, que é mais um desconhecido do público externo, mas que dizem ter uma tremenda influência sobre o governador. E houve até um ex-secretário que citou a mãe de Richa, Arlete, como conselheira.

Entre os políticos? Foram lembrados Ademar Traiano, Eduardo Sciarra, Alexandre Curi e Cezar Silvestri. Mas nenhum deles teve mais do que uma menção, assim como ocorreu com o presidente da Sanepar, Fernando Ghignone. Se você quiser entender como pensa o governador, talvez essa lista seja um bom começo.

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