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Beto Richa. Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo.
Beto Richa. Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo.| Foto:

Beto Richa ainda tenta escapar com um recurso no Tribunal Regional Eleitoral, mas o mais provável é que acabe mesmo sendo julgado no caso da Odebrecht pelo juiz Sergio Moro. O caso foi devolvido à décima terceira vara federal criminal de Curitiba e de lá só sai se Richa conseguir provar que não há indícios de crime até o momento.

O problema é que os indícios de crime abundam. E não apenas de acordo com leigos: quem disse isso foi o próprio Sergio Moro (sem falar no TRE e no Ministério Público, que concordaram). Moro escreveu sobre o tema um despacho avassalador, que faz prever problemas graves para o ex-governador e os outros implicados no caso.

Assim que o Superior Tribunal de Justiça tirou de Moro o processo, o juiz emitiu um despacho dizendo que estava repassando adiante o caso. Mas o que deveria ser mera formalidade serviu como desabafo. Ou como um modo de dizer claramente que a decisão do STJ não fazia sentido, se você quiser.

Moro afirmou que o ministro do STJ que mandou o caso para a Justiça Eleitoral não devia ter tido acesso ao conjunto probatório (evidente que é um jeito delicado de dizer o que ele queria dizer). Porque, se não, teria percebido os fartos indícios de que não se tratava “apenas” de caixa dois.

DESEJOS PARA O PARANÁ: Eficiência administrativa

A prova mais pesada do processo é o áudio de Deonilson Roldo falando com um empreiteiro. Na conversa, o chefe de gabinete de Richa diz que já havia um acerto para que a obra, de R$ 7 bilhões, ficasse com a Odebrecht, e pede que o empresário se retire da concorrência – o que, aliás, aconteceu. (Leia mais sobre a gravação de Deonilson aqui.)

Segundo Moro, laudos produzidos recentemente mostram que o dinheiro que, segundo delatores, foi encaminhado para a campanha de Richa em 2014, veio de contas no exterior. Isso, afirma o juiz, seria uma comprovação “do caráter transnacional do suposto crime de corrupção e lavagem e firma a competência das Justiça Federal”.

Moro encerra o despacho dizendo esperar que o caso volte para a vara criminal. “Não há alternativa a este juízo se não remeter os autos à Justiça Eleitoral para que profira sua avaliação, esperando-se, respeitosamente, que devolva os autos oportunamente para o prosseguimento das investigações por crime de corrupção, lavagem e fraude à licitação, como aliás também se posicionaram o MPF e a autoridade policial.”

Agora, voltou. Para azar de Beto Richa.

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