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A advogada Isabel Kügler Mendes, à esquerda, conversa com presidiários.
A advogada Isabel Kügler Mendes, à esquerda, conversa com presidiários.| Foto:

Se existisse um Prêmio Nobel da Paz exclusivo para o Brasil seria necessário entregá-lo à advogada Isabel Krüger Mendes, hoje presidente do Conselho da Comunidade de Curitiba. O órgão, responsável por fiscalizar as condições de encarceramento na cidade, se transformou num símbolo da luta por direitos humanos.

No meio desta campanha presidencial acirrada, e que tem tudo a ver com quais direitos iremos manter no país (seja para presos ou para quem está do lado de fora da cadeia), o conselho lançou um manifesto importante e duro sobre o tema.

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A íntegra pode ser lida aqui. Mas vale pincelar alguns trechos.

“O jogo político da democracia permite quase tudo, até mesmo fazer coisas nada democráticas democraticamente, e a reflexão mais importante nesse momento é a defesa irrestrita das liberdades – a cada dois minutos, se necessário. Assistimos a um carnaval às avessas (de ódio e violência) e é imperioso apontar que o mais perfeito dos autoritarismos nunca deve suplantar as mais imperfeitas lutas sociais.”

(…)

“Parece realmente sedutor pensar que Direitos Humanos são tudo isso aí de errado mesmo porque eles coexistem com governos impopulares. Também porque não aparecem no dia a dia como os semáforos, os boletos e as desilusões, para uns, e a incapacidade de conseguir um emprego, a dificuldade de reconhecimento, a invisibilidade da fome, da cor da pele, de gênero, para outros.”

(…)

“É preciso coragem. Coragem não tem descrição no dicionário. Coragem é a matéria-prima da civilização. Sem ela, o dever e as instituições perecem. Sem a coragem, as demais virtudes sucumbem na hora do perigo. Sem ela, não haveria a cruz, nem os evangelhos.”

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