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Geraldo Alckmin. Foto: Luis Blanco/A2IMG
Geraldo Alckmin. Foto: Luis Blanco/A2IMG| Foto:

Nada de novo sob o Sol, dizia há mais de dois milênios o rei Salomão. E segue sendo verdade. A eleição brasileira é uma série de janelas para diferentes momentos de nosso passado. O que resta ao eleitor é escolher qual desses modelos lhe pareceu o melhor – o problema está para aqueles que acham que nenhum prestou.

Vejamos os principais candidatos, aqueles que de fato parecem ter chance de chegar ao segundo turno. Geraldo Alckmin (PSDB) é representante de um passado muito bem definido: representa a volta ao Brasil dos anos de Fernando Henrique Cardoso. Não só por estar no PSDB.

Em Alckmin encontramos a coalizão gigante (e à direita). Um monstrengo como o que uniu FHC a Marco Maia. Há o discurso de que é preciso moderação e conciliação. Uma súplica para que o eleitor considere suprapartidário e acima do ideológico aquilo que é rasteiramente corporativo e superlativamente continuísta.

Há o pêndulo entre o Estado mínimo (um aceno aos poucos liberais e aos muito ricos) e um riso amarelo para os milhões que não foram muito bem tratados na época das privatizações a rodo: que até melhoraram serviços, mas cujo valor esvaiu-se sem que ninguém visse sua cor: isso numa época em que a dívida pública explodiu.

Há os candidatos do petismo. E aí podem ser incluídos Lula, Haddad, Manuela e até Ciro Gomes, que embora pedetista quer mesmo é herdar os votos do ex-presidente com um discurso bem parecido, embora mais sofisticado. É o grupo que quer a volta dos anos Lula (jamais falarão em Dilma).

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Aqui encontramos a idealização de um modelo que, de fato, tirou milhões da pobreza – embora na maior parte dos casos só para ter um tantinho a mais, o suficiente para o IBGE considerá-los remediados, e para que os próprios pobres se sentissem cidadãos. Não é pouco, mas passou longe do milagre que hoje se tenta pintar – e é preciso não esquecer a extensa ficha criminal da entourage.

A terceira candidatura passadista é a de Jair Bolsonaro (PSL), que apela a um passado que para muitos é atraente por ser a negação desses últimos modelos. E por estar mais distante, o que faz com que muita gente não conheça seus horrores.

Se os passados representados por Alckmin, Lula & cia têm seus defeitos, o passado que Bolsonaro quer retomar é simplesmente inaceitável – pelo menos para qualquer um em sã consciência e que tenha o menor gosto pela democracia.

Entre os demais, há o passadismo perpetuador do presente, encarnado em Henrique Meirelles (MDB), representante de um governo tão ruim que nem tem chances de incomodar. Há a falsa novidade de um Alvaro Dias (Podemos), que não passa de um Alckmin renegador de sua estirpe; e de um João Amoêdo (Novo), rentista em pele de liberal.

Não sobra muito. Há os que creem que Marina (Rede) seja algum tipo de novidade, embora não se saiba nunca para onde ela vai, nem se está parada ou voltando para algum lugar. Resta escolher entre esses. E fazer o país possível com o que temos à mão.

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