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Beto Richa. Foto: Antonio More/Gazeta do Povo.
Beto Richa. Foto: Antonio More/Gazeta do Povo.| Foto:

O secretário da Fazenda do Paraná, Mauro Ricardo Costa, enterrou nesta quarta-feira as últimas esperanças do funcionalismo de receber pelo menos o reajuste da inflação em 2018. Em entrevista coletiva, declarou que mesmo tendo superávit bilionário o governo prefere manter os salários como estão.

Em 2017, de acordo com relatório publicado nesta semana em Diário Oficial, o governo do estado teve superávit primário de R$ 1,9 bilhão, o que significa quase 4% da receita do estado. Excelente notícia, que veio a custo de um ajuste fiscal pesado e de ações polêmicas, como a dilapidação do fundo de previdência dos servidores.

O funcionalismo, que está sem reajuste há dois anos, poderia imaginar que agora, na época das vacas menos magras, seria chamado a participar da bonança – assim como na época das vacas magras foi chamado a contribuir (lembrando que quem foi contra levou bomba na cabeça e bala de borracha na testa).

Mas não. O esforço, disse Mauro Ricardo em entrevista, deve continuar. “Chegou a hora de [os servidores] terem um pouco mais de tranquilidade, paciência e compreensão, de tal maneira que a gente possa fazer mais pela população”, afirmou o secretário, segundo relato do G1.

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Ou seja: reajuste da inflação talvez só em 2019. Mas mesmo isso está arriscado, já que para aderir ao plano do governo federal de recomposição de dívidas, Beto fez aprovar na Assembleia um congelamento de gastos que, quase certamente, implica salários congelados em 2019.

Assim, os poucos ganhos que os servidores tiveram vão se corroendo ano a ano, num período de congelamento que parece destinado a durar, pelo menos, quatro anos. Eis um dos legados do ajuste fiscal.

A ideia do atual governo é de que o funcionalismo custa muito – nas palavras repetidas sempre por Beto Richa, os servidores “têm demandas impossíveis e insaciáveis”. E que é preciso pagar menos em salários para sobrar dinheiro para obras.

Evidente que os servidores vão reagir em algum momento. Mas Beto parece apostar que isso é melhor do que ter um funcionalismo bem pago e menos dinheiro para investimentos.

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