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Temer e Serra em outras épocas. Jogando juntos? Foto: Orlando Brito/Obritonews
Temer e Serra em outras épocas. Jogando juntos? Foto: Orlando Brito/Obritonews| Foto:

É fácil compreender por que o PSDB está em dúvida se sai ou não do governo Temer; é que o governo Temer deveria ser apenas o prelúdio da volta dos tucanos ao poder. O plano, porém, está à beira de ir por água abaixo. Agora, o que o partido tenta decidir é se insiste no plano, mesmo com o governo naufragando, ou se bola um outro caminho.

Para o PSDB, a queda de Dilma era fundamental por vários motivos. Um deles era o de evitar que o PT continuasse com as mãos no cofre que lhe dava o monopólio do poder. Outro era botar em ação o “Plano Jucá” – estancar a sangria da Lava Jato antes que as investigações chegassem a outros partidos.

Não foi à toa que o impeachment de Dilma levou mais de um um ano para decolar. Quando a presidente assumiu para o segundo mandato, em 2015, já se sabia de quase tudo que levou à sua queda. O que arrastou o processo por mais de um ano foi a dificuldade de encontrar uma solução que atendesse a todos os inimigos do petismo (leia-se: Temer, Cunha, PSDB e o Centrão).

O impeachment começou a andar por dois motivos. O mais evidente é o rompimento definitivo entre Cunha e o PT. O menos óbvio foi o momento em que os tucanos e a “antiga oposição” chegaram a um acordo quanto a qual seria o caminho a ser tomado. Nada de impeachment da chapa, nada de novas eleições: o caminho era Temer.

Sabe-se lá quais foram as negociações entre os dois lados. O que se sabe é que desde o primeiro momento os tucanos não só deram seus votos contra Dilma como avalizaram Temer. E, logo na posse, ganharam dois ministérios, vários cargos e postos importantes no Congresso.

Isso, porém, nem de longe era o que contava para o PSDB. O partido estava de olho era em 2018. Mas sabia que chegar ao poder nas condições que Dilma deixou o país (ainda mais depois do trauma do impeachment e de suas consequências econômicas) era uma fria.

Temer foi colocado lá para tomar as “medidas impopulares” que Aécio dizia serem necessárias desde 2014. Foi colocado lá para se queimar: fazer a reforma da previdência, a reforma trabalhista, implantar o teto de gastos, cortar benefícios e diminuir o tamanho do problema fiscal.

Com tudo isso, sobraria ao candidato tucano de 2018 dizer que o partido teve a responsabilidade de ficar ao lado do governo da reconstrução nacional, dar um piparote em Temer (que de qualquer forma não tinha potencial eleitoral) e correr para o abraço – chegando ao governo com as coisas mais ou menos arrumadas e sem precisar de um um único gesto impopular.

Mas Temer foi pego com a mão no jarro. O candidato tucano de 2014 foi pego também, assim como os dois outros presidenciáveis do partido em 2006 e 2010. Agora é questão de decidir se o partido salva um pouco de sua história e pula fora do barco; ou se força a barra para arrastar o morto-vivo na Presidência até outubro de 2018.

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