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Foto: Haddad: Lula Marques/PT/ Bolsonaro: Miguel Schincariol/AFP.
Foto: Haddad: Lula Marques/PT/ Bolsonaro: Miguel Schincariol/AFP.| Foto:

Os números divulgados pelo Ibope nesta terça-feira deixam claro que o segundo turno entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), caso venha a se confirmar, será um embate entre a elite do país (somada às classes médias) contra os mais pobres.

Ao contrário do que se poderia imaginar, o candidato da direita não é o representante de gente que vive acuada pela violência em áreas mais pobres, nem é o candidato favorito de quem pouco estudo e tem dificuldades para perceber que suas propostas são antidemocráticas.

Os números do Ibope, pelo contrário, mostram que o eleitor de Bolsonaro sabe muito bem o que está fazendo: que quer se proteger do petismo e que topa a truculência se esse for o preço para evitar a volta de um governo de esquerda ou de centro-esquerda ao poder.

Os números

O eleitor típico de Bolsonaro, segundo mostram os dados detalhados revelados nesta terça, é mais branco (35%) do que negro (24%) e ganha mais de cinco salários mínimos (absurdos 41% que quase o elegeriam no primeiro turno, se dependesse apenas dessa classe).

O bolsonarista típico é homem: o candidato tem 36% entre o sexo masculino e pouco mais da metade disso (20%) entre as mulheres. Não é balela a história das “Mulheres contra Bolsonaro” – e, sim, elas podem realmente fazer a diferença na eleição.

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O eleitor de Bolsonaro é mais evangélico (36%) a (25%) e mora nas regiões Sul e Sudeste. No Nordeste, Bolsonaro perde de Fernando Haddad por 31 a 16 (Ciro gomes aparece com 17%).

Exceto pela maioria evangélica, é o típico perfil da elite (infelizmente, não há dados separando mais a classe econômica, para ver se os eleitores ricos e super-ricos se diferenciam da classe média alta).

Já o eleitorado de Haddad herda o perfil do lulismo. E tem características exatamente opostas ao cidadão que escolheu Bolsonaro para salvá-lo do petismo.

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No eleitor que tem renda inferior a um salário mínimo, Haddad já disparou e tem mais do dobro das intenções de Bolsonaro. São 27% contra 12%. Entre os negros, o petista já empata tecnicamente com Bolsonaro, com 22% dos votos (Bolsonaro tem 24%).

E se entre os homens Haddad perde exatamente com a metade dos votos (36% a 18%), entre as mulheres a diferença é quase inexistente (Bolsonaro tem 20%, contra 29% de Haddad).

Metodologia

Pesquisa realizada pelo Ibope de 16/set a 18/set/2018 com 2.506 entrevistados (Brasil). Contratada por: REDE GLOBO E O ESTADO DE SÃO PAULO. Registro no TSE: BR-09678/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%. *Não sabe / Não respondeu

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