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Busto derrubado de Suplicy de Lacerda. Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.
Busto derrubado de Suplicy de Lacerda. Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.| Foto:
Busto derrubado de Suplicy de Lacerda. Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.

Busto derrubado de Suplicy de Lacerda. Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.

O Conselho Universitário da UFPR decide nesta quinta-feira se vai ou não recolocar no pátio da Reitoria o busto de Flávio Suplicy de Lacerda. Retirado duas vezes do local por manifestações estudantis, o busto foi restaurado. Mas há quem diga que não deve ser recolocado no local de origem.

Suplicy de Lacerda foi reitor da UFPR e também ministro da Educação na ditadura militar, durante o governo Castelo Branco. Sua gestão ficou marcada por um acordo entre o MEC e o Usaid, norte-americano, numa parceria que foi acusada de transformar o ensino brasileiro em algo tecnocrático.

Em 1968, a estátua foi arrancada da Reitoria por estudantes universitários rebelados contra a ditadura militar, no embalo dos protestos que marcaram a França e boa parte do Ocidente naquele ano. Mais tarde, o busto foi reposto.

Em 2014, durante o cinquentenário do golpe de 1964, o busto foi novamente retirado do local por estudantes. O gesto foi visto como uma homenagem à luta contra a ditadura militar dos alunos de 1968. Desde então, o local está vazio.

Em parecer encomendado pelo Conselho Universitário, três professores da área de Ciências Humanas da UFPR recomendam que o busto não seja recolocado no local e que seja posto num depósito. Na Reitoria, segundo eles, deveria ficar apenas o pedestal, com uma inscrição explicando a retirada da peça nas duas ocasiões e seu contexto.

O parecer afirma que a ausência do busto é, em si, uma espécie de monumento que deve ser preservada, assim como escombros de igrejas bombardeadas são também algo a ser preservado, por exemplo.

“Esta Comissão entende que escombros – como se encontra hoje o pedestal que testemunha a retirada à força do busto pelo movimento estudantil em duas ocasiões – também são parte incontornável da história desta Universidade e da história política do Brasil”, diz o texto, assinado pela historiadora Renata Garraffoni, pelo cientista político Adriano Codato e pelo sociólogo Pedro Bodê.

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