Você paga R$ 5 milhões em impostos para que cada deputado se reeleja

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Sabe aqueles políticos que você vê todo mundo xingando, dizendo que mereciam o pior destino possível, que abusaram da sua condição pelos últimos quatro anos? Então, eles vão se reeleger. Com exceções, claro: afinal, é necessário abrir lugar para os filhos de outros políticos por exemplo.

Mas, deixando o cinismo de lado, há motivos reais para que as taxas de reeleição, mesmo quando todo mundo está furioso com a política, sejam tão altas. Uma delas: ninguém está nem aí para o Legislativo.

O modo como nossas eleições são organizadas leva a gente a só prestar atenção em presidente, governador e prefeito. Um ano depois, ninguém nem lembra mais em quem votou para vereador ou deputado. E acaba votando de novo… nos mesmos.

Mas há outras coisas: os políticos encurtam cada vez mais a campanha, e fica difícil combater quem já teve quatro anos de vitrine. Além disso, eleições são caras, e quem tem dinheiro para jogar fora? Estamos falando de milhões de reais para investir em algo incerto. Eu não tenho, nem você…

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Porém, há um outro fator igualmente grave e que às vezes passa despercebido. Os deputados têm um verdadeiro exército trabalhando para eles 24 horas por dia, sete dias por semana durante todo o mandato. E esse exército, amigo, é pago por mim e por você.

Cada gabinete da Assembleia do Paraná tem direito a 23 funcionários. Fosse uma empresa, nem encaixava no Simples. Aliás, fosse uma empresa, quanta coisa não daria para fabricar com 23 funcionários numa linha de produção?

Esses 23 funcionários, pelas atuais regras, podem custar até R$ 96,5 mil por mês. Agora faça as contas comigo. Isso significa que ao longo de um ano o deputado (e a deputada) tem 13 vezes esse valor para investir (sim, tem que levar o décimo terceiro em conta) em pessoal que está a seu serviço.

Se você fez a multiplicação, deve ter visto que são mais de R$ 1,25 milhão por ano. Ou R$ 5 milhões durante um mandato de quatro anos.

Esse é o tamanho da vantagem de um deputado com mandato que disputa a vaga contra um novato. Esse dinheiro paga gente que corre os municípios, faz “atendimento”, liga para dar feliz aniversário, divulga o nome do deputado, faz calendários com o nome dele e tudo (ou quase tudo) o que você imaginar.

É uma máquina de reeleição que funciona desde o primeiro dia em que o sujeito põe os pés em seu gabinete no anexo envidraçado da Assembleia. E que só não reelege o sujeito se alguma catástrofe acontecer no meio do caminho.