VAR é o fim da tolerância com os erros de arbitragem
O VAR chegou ao futebol para ficar. E com ele chegou ao fim a tolerância com os inúmeros erros de arbitragem cometidos em jogos de futebol.
O Cruzeiro saiu espumando da Bombonera, depois de ser derrotado pelo Boca Juniors, não pelo resultado, mas pelo grave equívoco cometido pelo árbitro paraguaio Eber Aquino.
Sua Senhoria expulsou o zagueiro brasileiro Dedé após choque natural com o goleiro argentino Andrada.
O que irritou ainda mais o Cruzeiro foi o fato de o senhor Aquino ter consultado o VAR – vídeo assistent referee, na sigla em inglês – e mesmo assim ter tomado a decisão errada.
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Os dirigentes do clube mineiro protocolaram protesto formal na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai.
A mesma Conmebol que outro dia puniu duramente o Santos, poucas horas antes do seu jogo pela Copa Libertadores da América, diante do Independiente. A inoportunidade do dia escolhido para anunciar a pena provocou a ira da torcida santista que por muito pouco não destruiu o estádio do Pacaembu.
No inicio do século 20 havia um cavalo chamado Hans Esperto que se tornou uma celebridade na Alemanha.
Percorrendo cidades alemãs, o animal demonstrava completo domínio da língua e grande conhecimento matemático. Quando lhe perguntavam “Hans, quanto é cinco vezes dois ?”, ele batia o casco dez vezes. E assim, sucessivamente, a cada novo cálculo apresentado.
Foi nomeado um grupo de especialistas para examinar os talentos do genial cavalo prussiano.
O objetivo seria descobrir se ele entendia o idioma e como conseguia responder as perguntas matemáticas sem pestanejar.
Até que alguns anos depois um psicólogo investigou cuidadosamente o comportamento do animal e descobriu a verdade.
Quando lhe perguntavam, por exemplo, quanto era três vezes quatro, ele sabia, de experiências anteriores, que os humanos esperavam que ele batesse com o casco um número específico de vezes.
Começava a bater, enquanto monitorava atentamente os humanos. À medida que Hans se aproximava do número correto de batidas, os humanos mostravam-se mais tensos, e, quando ele dava a batida que correspondia ao número correto, a tensão atingia o clímax. O cavalo sabia como reconhecer isso pela atitude corporal e pela fisionomia dos humanos. Ele parava de bater e via como a tensão dava lugar à admiração ou ao riso. Hans Esperto sabia que tinha acertado mais uma vez.
Essa deliciosa historinha contada pelo escritor Yuval Harari, no livro “Homo Deus”, deveria ser aproveitada pela Conmebol, CBF, FIFA e outras entidades como ilustração para os árbitros de futebol.
O VAR – árbitro assistente de vídeo, em português – é apenas um acessório tecnológico para dirimir as dúvidas. O essencial continua sendo o conhecimento das regras de arbitragem do soprador de apito e, obviamente, a sua capacidade intelectual, cognitiva e interpretativa.
Mas se o sujeito tem dúvida em um lance, vai consultar o vídeo e ainda assim consegue errar, não pode continuar apitando jogos de futebol.
Ainda mais jogo de um torneio continental que se pretende igualar-se a Liga dos Campeões Europeus.
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