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Final da Libertadores em Madri parece peça do Teatro do Absurdo

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Carneiro Neto
07/12/2018 19:16 - Atualizado: 29/09/2023 23:39
Guillermo Barros Schelotto, técnico do Boca Juniors GABRIEL BOUYS / AFP
Guillermo Barros Schelotto, técnico do Boca Juniors GABRIEL BOUYS / AFP

O nome ônibus, com origem no latim “omnibus” – para todos –, começou a ser usado para designar veículos de transporte coletivo no início do século dezenove na França.

Mais curioso, no entanto, é o emprego da palavra “metáfora” para se referir a ônibus e outros veículos na Grécia. No seu cerne, está a ideia de transferência ou transporte.

A metáfora é uma figura de linguagem, que permite a analogia entre coisas distintas.

Reporto-me a ela por conta do absurdo provocado pela torcida do River Plate ao apedrejar o veículo que conduzia os jogadores e a comissão técnica do Boca Juniors, na entrada do estádio Monumental de Nunes, em Buenos Aires.

Naquele local seria realizada a segunda partida da decisão da Copa Libertadores da América.

O dano causado pela atitude insana dos torcedores do River Plate resultou na suspensão do jogo.

As discussões se transportaram para os gabinetes esportivos, políticos e policiais da capital argentina na tentativa de identificar os responsáveis pela selvageria e, sobretudo, pela falta de segurança nas cercanias da praça onde se realizaria a grande final.

A inusitada pendenga acabou na sede da Conmebol, em Assunção. Foram determinadas punições ao clube River Plate e marcada a partida para o estádio Santiago Bernabeu, em Madri.

O clássico mais tradicional do futebol argentino, em disputa do troféu continental mais ambicionado, programado para ser disputado em uma capital europeia.

A resolução parece ter sido inspirada por uma peça de Ionesco, expoente do teatro do absurdo.

Pois bem. Assim as duas finais dos campeonatos continentais serão realizadas em Madri e em Curitiba.

Passemos a Copa Sul-Americana na qual o primeiro embate em Barranquilla foi realizado com total civilidade, cordialidade e esportividade. Junior Barranquilla e Atlético empataram em 1 a 1.

Agora, quarta feira, conheceremos o campeão sul-americano na Arena da Baixada.

O confronto entre brasileiros e colombianos esta cercado de grande expectativa e aparente equilíbrio técnico.

Porém, é cada vez mais comum ver no mundo do futebol a confusão entre estatística e profecia.

Estatísticas retratam tendências do passado, não resultados do futuro. Quando se diz que um time tem xis por cento de chance de alcançar o título de campeão, o que se está dizendo é que a repetição do comportamento médio até ali, vitórias no torneio, fora ou dentro de casa, pode indicar uma tendência.

Ou seja, como qualquer torcedor no bar, o matemático está dizendo que determinado time leva mais ou menos vantagem conforme o retrospecto até aquele momento.

Sendo assim, como se tornou praticamente imbatível jogando dentro de casa nos últimos meses, pelo Campeonato Brasileiro e pela Copa Sul-Americana, o Furacão carrega a seu favor o resultado estatístico.

Mas daí a pretender adivinhar o placar antes de a bola começar a rolar é muito mais difícil.

Ocorrem tantas incidências durante um jogo de futebol que se torna impossível qualquer tipo de previsão com alguns teores de profecia.

Por exemplo, se o zagueirão colombiano não tivesse desperdiçado a penalidade máxima ou se o goleiro Santos não tivesse operado duas ou três defesas prodigiosas, a história da final poderia ser escrita de forma diferente.

Portanto, é recomendável esperar pela disputa da quarta para descobrirmos quem será o novo campeão da  Copa Sul-Americana.

Claro que nada impede a euforia da torcida atleticana que lotará o estádio ou o colorido rubro-negro pelas ruas da cidade e do estado.

O torcedor tem todo o direito de fazer a sua festa antes, durante e depois do jogo.

O analista tem toda a razão de manter certa cautela por conta dos sortilégios da bola.

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