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O novo futebol de resultados financeiros

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Carneiro Neto
25/01/2019 13:39 - Atualizado: 29/09/2023 23:38
Ricardo Goulart, principal contratação do Palmeiras para 2019 (Flickr Palmeiras)
Ricardo Goulart, principal contratação do Palmeiras para 2019 (Flickr Palmeiras)

Lá se foi o tempo em que o cronista de futebol escrevia apenas sobre futebol. Tratava-se, sim, das transações de jogadores e trocas de treinadores, mas a essência era a parte técnica, as evoluções táticas, os novos conceitos no condicionamento físico dos atletas e outros aspectos da prática do velho e bom joguinho da bola. Hoje não.

Antes de analisar uma equipe é imprescindível dirigir-se à gestão empresarial do clube. Nada acontece mais por acaso, como acontecia no passado. Garrincha, com a sua genialidade, conduziu o Botafogo e a seleção brasileira a muitas glórias. Pelé, com seus gols e raro talento, firmou o nome do Santos no firmamento e ajudou o escrete nacional a conquistar três Copas do Mundo. E por aí caminhava a humanidade que se interessava por futebol.

O que mais se ouve na atualidade são os negócios bilionários que envolvem jogadores, tacadas dos clubes na conquista de apoio financeiro de grandes patrocinadores ou corporações interessadas em investimentos no futebol, contratos milionários com as redes de televisão, aproveitamento das modernas arenas para todos os tipos de faturamento, enfim trata-se mais do resultado financeiro e do resultado econômico do que das puras emoções nos estádios.

Até alguns anos atrás os torcedores se empolgavam com os seus times pelo que eles representavam dentro de campo. Ou, por outra, pelos craques, pelas vitórias, pelos títulos alcançados. Atualmente a discussão entre torcedores saiu dos gramados e passou para o mundo dos negócios. Os simpatizantes de Flamengo e Palmeiras, por exemplo, estão empolgadíssimos com a bala financeira que os dois clubes apresentam.

Só que a essência do futebol se mantém imutável. Não adianta encher a prateleira de grandes nomes, formar o ataque dos sonhos ou coisas do gênero se não souberem formar um elenco equilibrado e um time competitivo.

Só que os técnicos, que ganham salários absolutamente irreais para a realidade econômica do Brasil, se submetem aos desígnios dos cartolas aceitando realizar um trabalho de segunda categoria.

Explico: se em vez de aceitar esse calendário absurdo imposto pela CBF e as federações, com os anacrônicos campeonatos estaduais atrapalhando uma pré-temporada decente e profissional, os técnicos chamassem a atenção de todos para a inegável decadência técnica do futebol brasileiro, as coisas poderiam começar a mudar.

Mas eles ficam apenas murmurando pelos cantinhos, em passiva conivência com o novo futebol de resultados financeiros.

Para confirmar esta triste realidade basta ter resignação e ligar a televisão para assistir os primeiros jogos oficiais da temporada. Jogos dos campeonatos estaduais que dão prejuízo não apenas aos grandes clubes, mas para a própria televisão, que não consegue vender, na medida necessária, os patrocínios e os pacotes de pay per view.

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