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O futebol brasileiro está em transe

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Carneiro Neto
03/05/2019 18:03 - Atualizado: 29/09/2023 23:31
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Muita coisa mudou no futebol mundial nos últimos trinta anos. Mesmo em marcha mais lenta do que o europeu, é completamente diferente o panorama no futebol brasileiro.

E não estou falando do incremento do VAR ou das partidas de grandes times que não são exibidas em nenhum canal de televisão.

Claro que as negociações entre clubes e redes de tevê mudaram de patamar. Tornaram-se complexas aos olhos do grande público que apenas sabe apertar o botão do controle remoto, como eu. Algo mudou porque eram raros os jogadores que se transferiam para o futebol europeu.

Basta recordar que a admirada e imbatível seleção tricampeã do mundo de 1970 permaneceu intacta no país. Somente Rivellino, alguns anos depois, foi jogar fora assim como Pelé, que assinou um contrato de divulgação do produto futebol no mercado norte-americano através do Cosmos, de Nova York. Depois de ter se despedido da seleção e do Santos. O capitão Carlos Alberto foi junto.

Falcão, Cerezo, Zico, Júnior, – ou seja, a geração da Copa de 1982 – assinaram contratos milionários no exterior.

>> TABELA: confira a classificação do Brasileirão 2019

Mas o futebol virou mesmo um negócio bilionário quando os ingleses, no inicio da década de 1990, criaram a “Premier League”. Superexposição dos jogos na tevê, verbas imensas despejadas nos clubes, novas arenas, busca de atrações para os times, enfim, uma revolução em todos os aspectos.

O futebol brasileiro, como quase tudo o que acontece neste lado de baixo do Equador, demorou para pegar no tranco. Foram precisos muitos escândalos na CBF, nas federações e nos clubes para que o principal esporte se tornasse mais profissional.

E tudo veio ao mesmo tempo. Tudo se acelerou, a começar pelo tempo da mercadoria, o de virar trabalho em lucro. As promessas começaram a deixar o Brasil entre 12 e 14 anos de idade. Tanto que vira e mexe aparece alguma revelação brasileira em algum time europeu cujo nome jamais ouvimos falar.

Como fonte de matéria prima de qualidade, encheu os cofres de clubes, dirigentes, empresários, intermediários, familiares e, é claro, de jogadores.

Só que os times empobreceram tecnicamente e os treinadores estão encontrando grandes dificuldades para manterem-se nos cargos. Da mesma forma que se observa a transformação tecnológica e de gestão nos clubes, no campo também se verifica uma revolução.

O preenchimento das vagas tornou-se mais difícil com a revoada de craques para o exterior e o mercado nacional não dá conta da demanda. São vinte clubes em quatro séries oficiais dos campeonatos brasileiros e mais as divisões estaduais. Falta mão de obra de qualidade e quem paga a conta são os treinadores.

Por mais que se tente suprir as carências importando argentinos, colombianos, uruguaios, chilenos ou paraguaios, a realidade é que baixou sensivelmente o padrão técnico. Não estou tentando comparar os jogos da Liga dos Campeões da Europa com o Brasileiro da Série A. Seria covardia. A “Champions” ficou muito mais atraente do que a própria Copa do Mundo da FIFA.

Estou tratando exclusivamente da pobreza técnica da maioria das equipes nas Séries A e B. Os treinadores, com raríssimas exceções, não conseguem manter-se no posto por mais de quatro meses. E o nível do futebol continua baixando, pois sem um projeto definido ou sem sequência, torna-se praticamente impossível conseguir entrosamento e ritmo de jogo.

Sem esquecer do amalucado calendário continental que superpõe partidas da Libertadores com Sul-Americana, Recopa e as competições de cada país. Por tudo isso, o futebol brasileiro está em transe.

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