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Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo| Foto:

O juiz federal Sergio Moro perdeu a condição de magistrado imparcial perante a opinião pública para julgar processos contra políticos adversários de Bolsonaro após revelações do vice-presidente eleito, General Mourão, de que o magistrado foi sondado pelo então candidato Jair Bolsonaro (PSL), ainda antes das eleições, para assumir o Ministério da Justiça em caso de vitória nas urnas. A situação do juiz ficou mais complicada do ponto de vista da imparcialidade depois que saiu o resultado da votação e Bolsonaro fez convite formal a ele, que aceitou ser auxiliar do presidente eleito no futuro governo.

O jornalista Juca Kfouri, especialista em futebol, escreveu um texto em que resume em linguagem esportiva a atitude de Moro. Em outras palavras, Kfouri comparou Moro ao árbitro de futebol que expulsa de campo de forma questionável o principal craque de um time, marca pênaltis também questionáveis contra esse mesmo time e, no final do jogo, aceita um prêmio da equipe vencedora.

Há preocupação neste momento, manifestada por alguns políticos, sobre a atuação do governo de Bolsonaro contra oposicionistas. Entre esses políticos há o temor de que o Ministério da Justiça possa ser usado partidariamente. Há quem também acredite em possível perseguição política a opositores. São apenas hipóteses, mas que ganharam força entre esses políticos opositores após as eleições.

O jornal Folha de S. Paulo, em editorial, aponta de forma contundente as consequências das negociações de Moro para ser auxiliar de Bolsonaro no governo. “Qualquer que seja o desfecho da conversa com Bolsonaro, Moro comprometeu sua independência como magistrado de maneira irremediável ao dar passos tão resolutos na direção do novo governo”, publicou o jornal.

Para o bem da independência e isenção do Judiciário, Moro deveria ser afastado imediatamente de todas as ações envolvendo políticos adversários de Bolsonaro como também de simpatizantes do presidente eleito.

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