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Proposta engloba três parques, teleféricos e ponte. Foto: Divulgação/Iguassu - Águas Grandes
Proposta engloba três parques, teleféricos e ponte. Foto: Divulgação/Iguassu - Águas Grandes| Foto:

Mais antigo que a proposta de uma segunda ponte entre Brasil e Paraguai, um projeto batizado de “Iguassu – Águas Grandes” busca a implementação de uma série de obras na tríplice fronteira. A iniciativa liderada pelos arquitetos Nilso Rafagnin e Mariam Damen reúne empresários, políticos e entidades da sociedade civil da região e vem sendo debatida desde 1988. Já chegou aos três governos envolvidos, além do Mercosul, mas não decolou.

Considerado por algumas autoridades como um projeto grandioso e difícil de ser realizado por requerer ações idênticas nos três países, o Iguassu Águas Grandes passou por vários ajustes desde então e hoje é mais modesto que o previsto inicialmente.

O projeto prevê investimentos conjuntos de Brasil, Argentina e Paraguai voltados ao desenvolvimento integrado do turismo, lazer, e outras atividades como compras. Entre as propostas se destacam a criação de parques ambientais urbanos na região do marco das três fronteiras, além de ligações por teleféricos entre os três países e um anel rodoviário trinacional para desafogar o trânsito nas fronteiras. Há também a previsão de um ramal ferroviário ligando Cascavel a Hernandarias, cidade paraguaia vizinha a Foz do Iguaçu.

A proposta contempla ainda espaços para grandes manifestações cívicas e culturais como cinema, teatro, espaços para grandes festivais e grandes feiras internacionais.

“Nosso projeto dobraria o tempo de permanência dos turistas na região da tríplice fronteira, geraria 20 mil empregos diretos, isso sem contar o aumento dos gastos realizados pelos turistas, trazendo benefício para toda a economia e a qualidade de vida da população dos três países”, diz arquiteto Nilso Rafain. “Colocaria o estado do Paraná (BR), Misiones (AR) e o Alto Paraná (PY) na vanguarda da integração de nosso continente”, acrescenta.

“Nosso projeto dobraria o tempo de permanência dos turistas na região da tríplice fronteira, geraria 20 mil empregos diretos.”

Nilso Rafain, arquiteto e idealizador do Projeto Iguassu – Águas Grandes.

“É um projeto de muita ousadia, de muita inteligência, por envolver os três países dentro de perspectiva integrada de mobilidade. Mas é preciso um consenso no âmbito do Mercosul e do Brasil, do Paraguai e da Argentina.”

Chico Brasileiro (PSD), prefeito de Foz do Iguaçu.

Para o idealizador da proposta Iguassu – Águas Grandes, o governo brasileiro tirou do projeto original de integração uma ponte ferroviária entre o Brasil e Paraguai, se concentrando na segunda ponte rodoviária.

No projeto de Rafain há previsão de uma ferrovia a partir da cidade paraguaia de Hernandarias, na divisa com o Brasil, até Cascavel, fazendo ligação com a Ferroeste, e permitindo o escoamento da produção do Paraguai via Porto de Paranaguá, além de, em sentido contrário, possibilitar no futuro uma saída do Brasil para o pacífico via trem cortando os territórios paraguaio, argentino e chileno.

Consenso entre os três países é grande desafio

Um dos entraves para o projeto Iguassu – Águas Grandes é conseguir um consenso institucional entre Brasil, Argentina e Paraguai. Por envolver os governos nacionais dos três países, governadores de estados (províncias) e prefeitos, além de setores empresariais e de turismo, as negociações são complexas.

O maior apoio até agora ao Iguassu – Águas Grandes tem vindo do Paraguai. Em março do ano passado, o Congresso paraguaio declarou o projeto de “interesse nacional”. Antes disso, a ideia já havia obtido aprovação em sessão ordinária do Parlamento do Mercosul (Parlasul).

Ultimamente, o arquiteto Nilso Rafain está fazendo uma maratona em busca de apoio político em Foz do Iguaçu. Uma manifestação de apoio para incluir o Águas Grandes no Plano Diretor da cidade foi assinada por 12 dos 15 vereadores, mas o debate entre os parlamentares tem sido tímido.

O prefeito de Foz, Chico Brasileiro, considera o projeto importante para a região por envolver o uma perspectiva de mobilidade integrada entre os três países. “É um projeto de muita ousadia, de muita inteligência, mas depende de uma grande articulação para chegarmos a um consenso”, diz.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) em Foz também aderiu à ideia. Em seminário da entidade foi deliberada apoio integral à proposta e a mesma passou a integrar o Grupo Impulsor do Projeto Iguassu – Águas Grandes.

O que é o projeto

O Iguassu – Águas Grandes tem a pretensão de transformar a região da tríplice fronteira em um centro cultural, logístico e turístico. 

Parques

Proposta prevê a implantação de dois parques urbanos e um parque nacional na região do marco das três fronteiras. Os parques urbanos compreenderiam 300 hectares no Brasil e 50 hectares na Argentina. Já o parque nacional no Paraguai teria 3 mil hectares.

Ponte

Construção da segunda ponte rodoviária entre Brasil e Paraguai em local 720 acima (ao norte) do lugar onde está projetada atualmente. A mudança permitiria a implantação de um complexo turístico cultural e de lazer” envolvendo os três países.

Proposta engloba três parques na região do marco das três fronteiras. Foto: Divulgação/Iguassu Águas-Grandes

Teleféricos

Instalação de teleféricos na região das três fronteiras sobre os rios Paraná e Iguaçu interligando os três países e facilitando o deslocamento turístico e de lazer.

Anel Viário

Prevê a construção de um anel viário trinacional de 32 Km no lado brasileiro, 12 km na Argentina e 65 Km no Paraguai.

Ramal ferroviário

Propõe a retomada do tratado original firmado em 1992 entre Brasil e o Paraguai, o qual previa um ramal ferroviário, mas que foi descartado posteriormente. A ferrovia, que demanda a construção de uma ponte ferroviária sobre o Rio Paraná, ligaria Hernandarias, no Paraguai, a Cascavel, fazendo conexão com o Porto de Paranaguá.

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