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No segundo turno, em 1989, os progressistas Covas, Lula e Brizola se uniram contra a direita liderada por Collor, que venceu as eleições. Em 2018, na hipótese de um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro, a grande dúvida é como se comportarão Alckmin e Marina, que nas últimas eleições estiveram com Aécio.  Fotos: Nelson Almeida/AFP, Agência PT e Evaristo Sa/AFP
No segundo turno, em 1989, os progressistas Covas, Lula e Brizola se uniram contra a direita liderada por Collor, que venceu as eleições. Em 2018, na hipótese de um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro, a grande dúvida é como se comportarão Alckmin e Marina, que nas últimas eleições estiveram com Aécio. Fotos: Nelson Almeida/AFP, Agência PT e Evaristo Sa/AFP| Foto:

Nas últimas seis eleições para a Presidência da República, o grande embate foi entre PSDB e PT. O confronto entre petistas e tucanos aconteceu nas duas vitórias de FHC, nas duas vezes em que Lula saiu vencedor e nas duas disputas em que Dilma Rousseff venceu. Agora em 2018, no entanto, o cenário desenhado até o momento é outro.

A ascensão de Fernando Haddad (PT) e a consolidação das intenções de voto em Jair Bolsonaro (PSL) têm potencial para reacender uma polarização que ocorreu apenas uma vez desde a redemocratização do país. Em 1989, com a derrota de Mario Covas (PSDB) e Leonel Brizola (PDT) no primeiro turno, esquerda e centro-esquerda se uniram em torno de Lula para derrotar a direita.

Não só Covas e Brizola foram para o palanque de Lula. Estavam lá também FHC, Miguel Arraes e muitos outros trabalhistas, socialdemocratas e socialistas. Era a união dos chamados progressistas em torno da Frente Brasil Popular – formada por PT, PCdoB e PSB – contra o que classificavam de direita conservadora e autoritária.

Em 1989, as diferenças entre Covas, Lula e Brizola eram muitas. Tanto que uma declaração de Brizola ao anunciar o apoio a Lula entrou para a história política do país. “A política é a arte de engolir sapos. Seria fascinante fazer agora a elite brasileira engolir o Lula, este sapo barbudo“, afirmou. Mas os campos ideológicos na época estavam bem mais definidos na política brasileira.

A grande dúvida agora em 2018 é como vão se comportar alguns candidatos que tentam se colocar no centro, caso a decisão de segundo turno fique entre Haddad e Bolsonaro. As posições de Marina Silva (Rede), que nasceu no PT, e do tucano Alckmin, que tem atacado Bolsonaro e é adversário ferrenho dos petistas, são uma grande incógnita.

Nesse cenário, o posicionamento de Ciro Gomes (PDT) tende a ser o mesmo de Brizola em 89: apesar das diferenças, iria com Haddad sem muita resistência. Além de Ciro, o petista aglutinaria também Guilherme Boulos (PSol). Resta saber ainda para onde iriam Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo (Novo).

Seja qual for a composição, uma “final” sem o embate entre tucanos e petistas tem tudo para repetir a batalha de 89. E não faltam termos para descrever esse confronto: progressistas contra conservadores, direita contra esquerda. E por aí vai.

Para os petistas, seria a chance da revanche de quando foram derrotados pela direita.

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