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A terra é como um gato, barriga para cima, debaixo do sol
| Foto:
Reprodução/Wikimedia Commons

Pus aqui na semana passada o primeiro poema do mais recente livro de Derek Walcott, “Garças brancas”. Agora, ponho o segundo. Nenhum dos dois tem título, apenas estão numerados como “I” e “II”.

Tudo dando certo, ponho o terceiro e último dessa primeira série na semana que vem. Sinceramente, não sei se a tradução presta, mas vá lá…

II
Seus dois gatos se agacham, esfinges heráldicas, com tal
deserta indiferença, uma calma de “quem-diabos-é-você?”,
eles levantam e se afastam vagarosamente de seu toque,
só esperando você. Para ser embalados em seu braço,
barriga virada para cima para ser acariciada por uma escova
puxando excessos de seu pelo, olhos em fenda
em êxtase. O sol de janeiro espalha seu bálsamo
sobre a barriga virada para cima da terra, sombras que sempre se encaixaram
nas formas, se remodelam. A rebentação espalha boas-vindas.
Aceite. Olhe como o jato explodirá
como um gato lutando contra a face de um muro,
agarrando, deslizando, se rendendo; como, primeiro,
suas garras prendem depois deslizam com uma queda cada vez mais rápida
para a espuma enfeitada com laços. Esse é o coração, indo para casa,
tentando se banquetear de tudo aquilo de que se afastou,
como coisas salgadas só aumentam a sua sede.

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