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A Educação para um Mundo Exponencial
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Nesse extraordinário início de século, assistimos e sentimos diariamente os efeitos fantásticos da evolução da tecnologia como ingrediente modificador e altamente relevante quanto à forma com que as pessoas se relacionam e interagem com inúmeras soluções disruptivas de consumo de produtos e serviços. Um olhar ainda mais atento nos permite observar que os nascidos mais recentemente, aqueles que se enquadram nas chamadas gerações Z ou geração Alpha, já nasceram (e continuam nascendo…) em um mundo altamente digital, voltado às novas tecnologias, não linear, incerto e ambíguo. Sendo assim, cabe aqui uma pergunta bastante instigante: qual é o verdadeiro papel da escola e do professor nesse novo cenário?

Sabemos o quão complexa é a reflexão acerca do verdadeiro papel da escola do presente o do futuro quando inserida na atual era das estruturas exponenciais, na qual modelos convencionais de negócios são desconstruídos e novos padrões de comportamentos sociais nascem num piscar de olhos. Assistimos diariamente ao lançamento e implementação, numa velocidade impressionante, de novas formas e paradigmas de produtos e serviços, com adesão quase instantânea dos consumidores, atraindo principalmente uma comunidade hiperconectada, mobile e crítica.

O perfil dos nascidos a partir do ano 2.000 já mudou muito a forma como se faz educação. Apesar disso, de acordo com pesquisas e constatações ao redor do planeta, educadores e instituições não estão no mesmo ritmo das mudanças e, por vezes, continuam com a adoção de práticas obsoletas e inadequadas para formar as atuais gerações e aquelas que ainda estão por vir.

É certo que no Brasil há um grupo de educadores (relativamente pequeno ainda) que busca diversos caminhos para inovar as suas práticas em sala de aula. Porém, queixam-se de que as suas maiores dores residem no fato de terem que lidar com alunos do século XXI em um ambiente escolar estruturado, em muitos aspectos, tal como era no século XIX. Os ambientes e as práticas antiquadas pouco atrativas acabam por não proporcionarem um ecossistema adequado para uma relação produtiva entre professor-aluno-escola, fazendo com que os alunos não vejam utilidade imediata e nem significado em conteúdos recebidos por meio da simples exposição verbal ou leitura de slides. Sem significado e relevância não há motivo para estudar, notas baixas e baixo rendimento aparecem naturalmente e, o pior: evasão escolar.

Buscando construir um processo de ensino e aprendizado em conformidade com os desafios de um mundo em transformações, algumas instituições de ensino estão se movimentando e procurando enxergar, além dos seus muros, novos caminhos e possibilidades para a aprendizagem e para a nova relação necessária entre professores e alunos: o uso das metodologias ativas de ensino e das tecnologias educacionais emergentes, dando maior valor à experimentação, ao aprender fazendo, à cultura maker e à aprendizagem colaborativa, utilizando-se de ambientes virtuais de aprendizagem e novas vias que permitam atender com mais eficiência às necessidades dos alunos e da sociedade atual.

Com base nessa incômoda realidade, e buscando promover uma formação de professores convergente às demandas dos novos tempos, algumas escolas “fora da caixa” tem promovido e apostado em alternativas diferenciadas em termos de metodologias de ensino: peer instruction, think|pair|share, team based learning, design thinking, jigsaw classroom, gamefication, emphaty maps e storytelling. Todos acontecendo a partir da premissa do Flipped Classroom, em que os alunos recebem previamente os conteúdos por meio de vídeos, áudios, textos, artigos, curiosidades, links diversos (o chamado “momento a distância”) e, no momento presencial, praticam-se as metodologias citadas anteriormente. Ou seja, uma caixa de ferramentas fantástica e totalmente engajada ao espírito do ensino híbrido (momentos online e momentos presenciais diferenciados).

Diante desse extraordinário novo paradigma, cabe ao professor se reinventar a cada aula. Planejar adequadamente os seus recursos para um ensino que potencialize o significado dos conteúdos e desperte o interesse dos alunos. Faz-se necessário a constante criação de novos caminhos, novas táticas e alternativas inovadoras em termos de metodologias de ensino. O professor do presente e do futuro deve deixar de ser o protagonista sobre o tablado à frente da sala de aula; agora ele passa a ser um designer de experiências emocionantes de aprendizagem, com base em dados e informações que levarão – professores e alunos – ao conhecimento efetivo sobre determinado assunto, à efervescência de ideias de aplicações desse conteúdo e à sabedoria necessária para a transferência desses saberes para o âmbito social e profissional. O desafio é grande e o sonho também. Vamos em frente. O futuro é agora!


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Prof. José Motta Filho é Engenheiro, Gestor Educacional e Consultor em Metodologias Ativas de Ensino e Tecnologias Educacionais Emergentes. Atualmente é Head of Edtech na Beenoculus e Head of Active Learning na Zoom Education for Life. O profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

 

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