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Mais desafio e propósito para as Vozes do Amanhã!
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Você já viu em algum lugar um lápis feito do bagaço da cana-de-açúcar? E que tal uma luva-guia com sensores para auxiliar pessoas com deficiência visual dentro de sua casa, já que a bengala não detecta obstáculos que estão mais ao alto? Caixa de abelhas sustentável? Microclean, processo sustentável sem a utilização de substâncias químicas no processamento têxtil industrial? Você deve estar pensando: “que bom que temos startups e empresas trabalhando em ideias como essas”. E se eu dissesse a você que essas ideias surgiram dentro da sala de aula?

 

Sim, dentro da sala de aula, durante o processo de aprendizagem. São alunos com rotina de alunos, mas certamente com uma motivação a mais para ir à escola: pensar diferente para um desafio lançado e cumprir um propósito. Desafio, propósito. Estão aí duas palavras que são importantíssimas para a aprendizagem do adolescente. A fase da adolescência não é conhecida como “aborrecência” à toa. Há uma explicação fisiológica para isso. A dopamina, responsável pela nossa motivação, é baixa nesta faixa etária, necessitando de estímulos que valham realmente à pena para subir. Por isso o propósito se torna tão fundamental. Além disso, é a fase também na qual assume-se mais riscos pelo fato de a parte frontal do cérebro, responsável pela tomada de decisão e mensuração de consequências, ainda não estar formada. E é aí que entra a importância do desafio. Quanto mais desafiado o adolescente se sentir, terá mais vontade de assumir e lutar pelo risco instaurado.

 

Desafio e propósito caminham juntos no objetivo de despertar o desejo de aprender. Resultados de pesquisas de estudiosos na área da motivação confirmam que, à medida que os alunos avançam nas séries escolares, tornam-se gradualmente menos motivados para aprender na escola. Ao chegar no ensino médio, esta situação fica ainda mais crítica. A busca por recompensa fica maior justamente por conta do baixo nível de dopamina, ao mesmo tempo que o desejo de independência aumenta. Este desejo pode se traduzir em interesse, engajamento e satisfação com uma tarefa, necessitando despender foco, esforço e persistência para o seu cumprimento. A metodologia convencional certamente não dá conta de suprir o que o adolescente, nessas condições, precisa.

 

Uma metodologia baseada em desafios e na busca da solução para o propósito pode ser uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento da aprendizagem do adolescente. Os exemplos que vimos no começo deste texto são reais, oriundos das salas de aula do Colégio Sesi e do Senai. As habilidades do ensino médio e da educação profissional são desenvolvidas pelo fato de o trimestre/módulo começar com um desafio e criar um propósito. Ao final deste período, soluções como as citadas são apresentadas e podem realmente chegar a virar produtos/processos que farão a diferença no ambiente para o qual foram pensados. Para quê preparar para o futuro se o presente necessita de intervenção? Vamos ensinar a conviver, a colaborar e a experimentar desde já… E, então, teremos um futuro mais consciente e coerente.

 

Desafio, propósito, foco, persistência, satisfação. Trabalhemos estes aspectos e conseguiremos ir longe com a nossa geração do amanhã. Quer conhecer algumas delas? Então conheça o VOA (acesse o site http://www.sistemafiep.org.br/voa/) e confira estas vozes inspiradoras!

 

*Artigo escrito por Giovana Chimentão Punhagui, pedagoga e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), certificada pela Universidade de Cambridge para o ensino de língua inglesa e formação de professores. Gerente Executiva de Educação do Sistema Fiep. O Fiep colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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