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Papa Informa

Desde o ano passado, livros, posts, textos acadêmicos, além de conversas e troca de ideias com pessoas que já pesquisam temas relacionados à Educomunicação ou que atuam em projetos educomunicativos começaram a fazer parte do meu dia a dia. Tudo isso foi fundamental para que eu compreendesse todos os benefícios que a interface entre Comunicação e Educação proporciona para o processo de ensino-aprendizagem. Mas ainda faltava ‘a voz’ dos mais interessados: os próprios alunos. Foi então que percebi que era preciso escutá-los antes de tudo.

E foi o que fiz. Para entender com mais detalhes essa minha inquietação, conversei com participantes (na faixa etária de 11 a 13 anos) de um projeto de Educomunicação, realizado em uma das escolas municipais de Curitiba. Nessa conversa, jovens que hoje estão cursando o Ensino Médio, ou faculdade, e que vivenciaram a experiência desse projeto há anos atrás, também participaram, deixando a troca de experiências entre todos ainda mais concreta.

Fiquei impressionada em ver, na prática, como uma ação educomunicativa mexe com a vida das crianças e dos adolescentes. Essa transformação ultrapassa os muros da escola, fazendo parte do exercício de cidadania desses alunos. E o mais importante: para a vida toda.

Nesse bate-papo, escutei vários argumentos do por que esses meninos e meninas vão até a escola no contra turno, mais de uma vez por semana, vivenciar a comunicação como uma ferramenta pedagógica. Separei alguns desses argumentos, que acredito que valem ser citados, como: “É um mundo novo; aprendo a não ter vergonha; tenho gosto pela pesquisa; adoro desenhar, por isso sou o cartunista do jornal; conhecemos coisas que na sala de aula não aprendemos; o projeto despertou em mim a vontade de ser jornalista ou fotógrafa; o nosso trabalho vai muito além da produção da notícia; é um orgulho para a minha família; na hora que a gente está participando do projeto não temos noção de tudo o que ele beneficia para a nossa vida; experiência de trabalhar em grupo; faz da gente mais cidadãos; conhecemos muitas pessoas importantes; somos cada vez mais curiosos e aprendemos a pensar por nós mesmos e não pelos outros; somos privilegiados”.

Todo esse processo acontece aliado às ferramentas tecnológicas, especialmente o celular, que grava vídeos, áudios, tira foto, navega pela internet e ainda serve como bloco de notas para as anotações mais importantes sobre a pauta. O diálogo com a tecnologia contribui para a geração do interesse e o despertar da criatividade, envolvendo temas do cotidiano e utilizando a comunicação para retratá-los. É a educação conectada aos jovens, fazendo com que sejam os protagonistas do projeto, os produtores do conhecimento. Além disso, as ações educomunicativas proporcionam um espaço seguro para o debate, fazendo com que a voz do aluno passe a integrar o ecossistema comunicativo da escola, despertando e/ou fortalecendo o sentimento de pertencimento.

O projeto citado no texto ocorre na Escola Municipal Papa João XXIII e chama-se “Papa Informa”, coordenado pela professora Sandra Tissot.

>>Patrícia Melo é jornalista desde 2001 e há oito anos atua em benefício da Educação por meio da Comunicação. Hoje, também é empreendedora, com a Presença – Comunicação Educacional (facebook.com/presencaeducacional), que tem como objetivo a produção de textos, entrevistas, reportagens e projetos comunicacionais direcionados especialmente ao universo educacional. Dessa forma, contribui para um diálogo mais consistente e criativo entre a Escola e a Família.

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