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Quando se fala em comunicação é impossível desconsiderar o papel de cada um que está envolvido com ela, desde quem produz até quem é o público alvo. Há quem diga que uma mensagem eficaz é aquela que sai do emissor e chega, tal e qual – fiel, até o receptor. Mas, será que isso é possível? Um primeiro ponto a ser considerado é a relação entre significado e sentido.

Embora as palavras tenham seu próprio significado, a elas são atribuídos sentidos em função do conhecimento e experiência que se tem acerca delas. O segundo ponto é que essa atribuição de sentidos é construída a partir de várias fontes. A situação econômica, a escola, a família, as atividades de lazer, cultura e religião são alguns exemplos de instâncias mediadoras que estão nesta base de construção de sentidos e referências. Elas atuam como se fossem óculos diante do nosso olhar. Ampliam determinadas visões, as vezes ofuscam outras – tal como os óculos para perto ou para longe, algumas vezes amenizam situações – a exemplo dos óculos de sol.

Dessa forma, o exemplo de uma mensagem que “sai do emissor e chega idêntica ao receptor” se torna um paradigma questionável. A mensagem produzida será mediada pelas lentes que o receptor possui, o que lhe permitirá entender e interagir com esta mensagem, atribuindo a ela sentidos, que podem ser até diferentes do que foi imaginado pelo emissor. Por isso a comunicação é um processo que caminha sempre em mais de uma direção.

O pesquisador mexicano Guillermo Orozco Gómez, estuda esta relação entre emissor e receptor com foco nas mensagens televisivas. Se pessoalmente, frente a frente, as lentes que usamos se fazem presentes na atribuição de sentidos, diante das telas elas são ainda maiores, embora nem sempre conscientes.

Além dos filtros que já vimos, diante da TV se formam outras mediações. Uma delas é a própria televisão, que possui uma linguagem própria e chega para um grande número de pessoas, simultaneamente em condições diferentes. Outras mediações dizem respeito ao que se assiste, em que emissora, e por quais razões. E por fim, o lugar onde se assiste, as pessoas com quem se assiste e ocasião também são fatores que se fazem presentes neste processo.

Pensar sobre tudo isso é tomar consciência das lentes que se usa e assumir a possibilidade de uma interação cada vez mais ativa com os meios de comunicação. Que óculos você tem usado?

>> Artigo escrito por Everton Luiz Renaud de Paula, filósofo e mestrando em Educação pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Atualmente, é tutor na UFPR e professor tutor na Universidade Positivo. O profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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