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Por que brincar pode fazer a diferença na educação?
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Crianças aprendem mais e melhor quando são estimuladas a brincar

 

Brincar é uma atividade que faz parte do crescimento, é importante para vários processos cerebrais e para o desenvolvimento de diferentes habilidades. Para muitos pesquisadores, brincar é uma atividade educativa que contribui para o desenvolvimento psicológico e cognitivo, incluindo as funções psicológicas superiores, como a fala, o pensamento e as emoções. Mas, o que antes era tão simples e natural nas crianças, hoje precisa ser estimulado. A brincadeira deve ser levada a sério – e isso vale para todas as faixas etárias – na escola e em casa.

 

Ao brincar, a criança é estimulada a estabelecer relações entre pensamentos, ações e objetos. Por meio da brincadeira, ela negocia com colegas e professores o significado de determinado elemento, como definir que um bloco representará um telefone, por exemplo. Isso contribui para o desenvolvimento do pensamento abstrato e nos permite afirmar que participar da brincadeira simbólica ajuda a construir conhecimento e a dar sentido ao mundo. É na brincadeira, também, que a criança resolve problemas, lida com regras, interage com outras crianças, explora diferentes movimentos e amplia as possibilidades comunicativas. Por esses motivos, brincar é parte fundamental do desenvolvimento infantil.

 

A escola deve trabalhar a brincadeira como estratégia educativa, e o planejamento das atividades fica a cargo do professor. Isso vale para as atividades livres, as brincadeiras orientadas socialmente e os jogos. A ideia é estimular a criança a controlar comportamentos, exercitar sua confiança, executar uma tarefa, resolver problemas e atribuir significados. Por meio da brincadeira, o professor pode mobilizar as crianças para o uso de recursos como a memória, o pensamento e a fala, além de estimular a representação simbólica. A brincadeira do intervalo, ou recreio, foi relacionada por pesquisadores americanos à ampliação da atenção e ao melhor desempenho em leitura e em matemática, na resolução de problemas e na regulação do próprio comportamento.

 

Entender que a brincadeira, livre ou dirigida, contribui para o desenvolvimento da autorregulação, da confiança, entre outros benefícios relacionados aos aspectos social e emocional deve ser, também, um alerta aos pais. Isso porque, atualmente, as crianças ficam expostas, por longos períodos, à mídia digital, o que pode limitar o exercício da imaginação, da fantasia e da criatividade.  É importante oferecer vários recursos e oportunidades de explorar outros tipos de brincadeiras, com as quais elas podem se envolver de modo individual ou de forma colaborativa, com outras crianças.

 

Uma dica é começar com as brincadeiras de faz de conta. Por meio desses jogos simbólicos, os pais podem observar de que modo os filhos compreendem e apreendem informações e vivências sociais. Outra sugestão é ler um livro e representar a fala de personagens brincado com a voz. Além disso, os pais podem resgatar brincadeiras do tempo em que eram crianças e ensiná-las aos filhos, em um processo de aprendizagem mútua e de valorização cultural.

 

Para alguns teóricos, brincar é o método que as crianças utilizam para aprender sobre o mundo e para processar os acontecimentos vivenciados por elas. Quando crianças e adultos brincam juntos, elas experimentam na prática a cooperação e a interação com pessoas. Dedicar tempo se divertindo com as crianças é mais importante do que ensiná-las a brincar, pois demonstra a disponibilidade dos pais para seus filhos e contribui para o fortalecimento de vínculos e para o desenvolvimento da confiança. É fundamental que os pais incentivem a brincadeira e que, em alguns momentos, brinquem com as crianças.

 

*Isabel Marconcin, pedagoga e coordenadora geral da Educação Infantil do Grupo Educacional Bom Jesus, uma das escolas associadas ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  

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