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Que tiro foi esse? Emoji de pistola e a comunicação não verbal
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A palavra emoji vem do japonês, e significa: figura (e), texto (mo) e personagem (ji). Estes símbolos surgiram por volta dos anos 1999 nos celulares japoneses e rapidamente se popularizaram entre seus usuários.

 

De acordo com os dados de um estudo apresentado (veja aqui), 92% dos internautas utilizam frequentemente os emojis nas plataformas virtuais.  É uma grande porcentagem e um grande impacto na comunicação. Estes pictogramas assumiram uma importância tão grande que muitas vezes as palavras são relegadas para segundo ou terceiro plano ou substituídas na totalidade quando comunicamos com alguém por mensagens.

 

Por essa razão, pais e educadores diligentes sempre estiveram em alerta máximo com o emoji de arma de fogo. Recursos de paralinguagem são intensamente explorados pelas crianças pequenas, que conhecem poucas ou nenhuma palavra e podem fazer sua voz soar feliz, triste ou raivosa ou transmitir essas emoções com expressões faciais e gestos simples. Essa forma de simbologia não chega nem perto da riqueza e da complexidade das línguas faladas ou escritas utilizadas há milênios, mas não pode ser desprezada ou ignorada pela área educacional.

 

Nessa semana as empresas Google, Facebook e Microsoft abandonaram o uso emoji de arma de fogo, substituindo-o pela figura de uma arma de brinquedo (que se parece com versão de pistola d’água, como se vê na evolução de desenhos de 2013 a 2018).

Empresas como Apple, WhatsApp, Twitter e Samsung já tinham criado a sua própria versão “politicamente correta” do ícone. É previsto que os usuários da plataforma Android possam acessar o emoji reformulado a partir da versão 9.0 do sistema operacional.

 

Em 24 de abril de 2018, a Microsoft divulgou uma prévia da aparência do símbolo em seu perfil oficial no Twitter. Em contrapartida, o Facebook não apresentou ainda um design para o emoji.

 

A pistola d’água foi uma adaptação inventada no iOS 10 em 2016 e que foi seguida posteriormente pela Samsung e pelo Twitter.

 

O YouTube recentemente decidiu proibir a veiculação de vídeos que promovam o comércio de armas ou equipamentos bélicos em sua plataforma; visto que o próprio serviço foi vítima de um tiroteio em seu QG.

 

O mais importante é coibir a violência digital – ameaças não-verbais com emojis também causam sofrimento, medo e exclusão. Mensagens subliminares não são brincadeira e podem trazer consequências catastróficas.

 

O emoji obriga o usuário a apresentar informações em uma sequência linear unidade por unidade, o que limita a complexidade das expressões e amplia o repertório de violências e discórdias, principalmente em grupos de WhatsApp. O emoji não é um novo idioma, é apenas uma nova forma de expressão e comunicação, que deve ser usado com cautela e não como forma de substituição do idioma de origem de cada usuário.

 

*Artigo escrito por Ana Paula Siqueira Lazzareschi de Mesquita, advogada e sócia do SLM Advogados, membro da Comissão de Direito Digital e Compliance da OAB-SP e idealizadora do Programa Proteja-se dos Prejuízos do Cyberbullying. A profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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