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Produtividade em tablets: acertos e erros do iOS 11
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A mais recente versão do sistema operacional da Apple para iPhones e iPads, o iOS 11, deve estrear nos dispositivos móveis de todo mundo nas próximas semanas. O terceiro beta público saiu nos últimos dias e, com isso, já podemos ter uma perspectiva final do meu maior questionamento: o iOS 11 enfim deixa os iPads mais produtivos?

O iOS 11 focou bastante no iPad porque um dos objetivos da Apple é tornar seus tablets mais poderosos e atraentes, revertendo a queda nas vendas que tem sido a tônica dos últimos relatórios financeiros. De fato, o iPad Pro tem conseguido atrair uma boa parte da atenção dos usuários, que se espantaram quando uma versão com uma tela imensa, mais precisamente 12,9 polegadas, despontou para concorrer com a de 10,5.

Conversei com Henrique Cunha, profissional de TI e leitor deste blog, que está com o último beta em seu novo iPad Pro. Trocamos algumas figurinhas a respeito do iPad no lugar do computador, tema dos meus posts mais recentes. Na opinião dele, o iOS 11 realmente é o incremento mais importante do sistema nos últimos tempos, mas justamente por trazer tantas coisas novas, ainda precisam de refinamento.

Afinal, quais funcionalidades do iOS 11 farão do seu iPad um dispositivo mais produtivo?

1. “Arrastar e soltar” e aplicativo Files

Parece meio absurdo vir falar do recurso “arrastar e soltar” ou de um gerenciador de arquivos em pleno ano de 2017. Mas tenho certeza que a falta dessas funcionalidades é o que deixava a maioria dos usuários de iPad preferir seu laptop ao tablet na hora de trabalhar. Conversei com muitos usuários nas redes sociais nas últimas semanas e percebi que os donos de iPad deixavam seus aparelhos subutilizados. A maioria usa apenas o Safari e aplicativos de leitura, notícias e redes sociais. Além de um ou outro game para entreter os filhos pequenos.

Embora o app Files seja bem-vindo e permita até integração com discos virtuais (OneDrive, Google Drive, além do próprio iCloud), recomendo aos mais geeks que não se empolguem muito: você não terá acesso a todos os arquivos do seu sistema. Isso seria uma heresia para a Apple, aliás. Mas é uma inovação importante, já que muita gente raciocina hierarquicamente em pastas na hora de organizar suas coisas. O Files torna o ambiente mais motivador neste sentido, o que incentivará os usuários a adotarem mais aplicativos de produtividade e criação.

Para que se possa organizar seus arquivos no gerenciador, é preciso movê-los facilmente entre as pastas. Daí a importância do “arrastar e soltar”, ainda mais considerando que o atual iOS já tem o recurso de 2 janelas lado a lado.

Com a novidade, é possível arrastar e soltar arquivos, textos, fotos, vídeos e URLs entre um aplicativo e outro. Isso funciona tanto com a tela cheia ou com 2 janelas lado a lado. Neste caso, o sistema dá a opção de escolher o app para onde se deseja soltar o arquivo.

Sem dúvida é uma ferramenta importante; o problema é que depende de certa destreza do usuário. Sendo um sistema todo baseado em gestos, não é trivial. Para selecionar múltiplas fotos no app Photos, por exemplo, é necessário usar as duas mãos — primeiro dando um toque longo para selecionar, e, segurando, usa-se a outra mão para selecionar demais fotos. Depois, pode-se arrastar a pilha para apps como o Mail. Mas é mandatório fazer isso com as duas mãos, o que é um tropeço muito grande: a grande vantagem de um tablet frente a um laptop não seria poder usá-lo em pé, como uma prancheta? Henrique ressalta: “O force touch é inviável e a falta de um suporte a mouse obriga o usuário a aprender os gestos”. Tudo isso me deixou decepcionada. Por outro lado, acredito que a Apple mexerá nisso nas próximas versões.

Henrique destacou um detalhe importante: “com o copiar e colar liberado, fica-se mais indenpendente da maldita função share, que sempre foi limitada”. Concordo. Essa falta de comunicação entre apps foi um dos maiores motivadores da minha mudança do iPad para um Android.

Se para certas tarefas de arrastar e soltar é preciso usar as duas mãos, o teclado do iPad ganhou um modo QuickType para acesso rápido a números, símbolos e pontuação. Para usar com uma só mão. Vai entender…

Para entender melhor esses novos recursos em ação, assista a demonstração a seguir:

2. Central de controle, notificações, widgets

A Central de Controle ganhou um belo tapa no visual e agora agrega inúmeras configurações de sistema, como conectividade, brilho, player de música, rotação de tela, entre outras. Com o 3D touch, o botão se expande para mostrar mais opções.

Mesmo com o redesign, Henrique faz uma queixa a respeito do espaço de tela no iPad: “A seção de notificações e widgets continua péssima, mal implementada. As telas são mal aproveitadas”. Eis algo que também sempre impliquei no iOS: a tal Central de Notificações é uma bagunça! Apesar da ideia da “cortininha” importada do Android ter sido interessante, misturar widgets com notificações é confuso e exige muitos toques para consultas que deveriam ser simples. Pessoalmente, acredito que já passou da hora da Apple colocar seus widgets no dashboard dos apps e pastas. Eu colocaria a tela principal (“home”) do iOS como a tela dos widgets, as demais telas para apps e folders e a cortininha só para notificações — que, finalmente, passarão a ser mostradas em ordem de chegada.

O novo Dock, por outro lado, está bem legal, segundo Henrique: “ele ajuda bastante a abertura de apps e agora é permitido também o uso de folders”. Seguindo o conceito dos Macs, o Dock é uma barra inferior que reúne apps fixados e sugere apps no lado direito. Os apps também podem agora ficar numa janela “flutuando” ou serem acessados numa grade da Central de Controle.

De dentro de qualquer app é possível acessar o novo Dock, deslizando com o dedo para cima. Há ainda a função de “slide over”, para arrastar abrindo uma barra lateral. Deve haver ainda mais coisas que podem ser feitas com gestos, que saberemos quando o iOS 11 sair oficialmente e as pessoas forem encontrando.

Veredito

A instalação do iOS 11 é obrigatória para quem busca um iPad mais produtivo. Sim, você poderá deixar mais seu laptop em casa! Recomendo fortemente a atualização quando a versão final for liberada ao público.

Os iPads que receberão o iOS 11 são: iPad Pro de 12,9 polegadas (2ª geração), iPad Pro de 12,9 polegadas (1ª geração), iPad Pro de 10,5 polegadas, iPad Pro de 9,7 polegadas, iPad Air 2, iPad Air, iPad (5ª geração), iPads mini 4, 3 e 2. Fique esperto: iPads mais antigos, como o primeiro Air ou o segundo mini, poderão experimentar lentidões e inconsistências. Se você usa bastante seu aparelho e ele é importante em sua rotina, recomendo que você aguarde alguns dias e acompanhe pelas redes sociais o que os demais usuários dizem.

No próximo post, nesta quarta, falarei especificamente do novo iPad Pro, que acabou de ser oficializado no Brasil. Preparem os babadores (e o martelo para quebrar o porquinho) porque o danado está incrível!

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