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Missão quase impossível: usar fones wireless (ou: testando o Gear IconX)
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Quando a Apple lançou os belíssimos e cobiçados airpods, a primeira coisa que achei foi que tal mimo não era digno de uma pessoa desastrada e distraída como eu. Ao saber que custariam R$ 1.400 no Brasil, tive certeza. Pulei fora.

Porém, como usuária de Android, tive a chance de experimentar por um mês a versão da Samsung dos minúsculos fones bluetooth, chamada Gear IconX. Procurei não saber nada em detalhes a respeito do acessório, já que ouvi por cima alguns usuários leigos reclamando da falta de intuitividade do produto.

Infelizmente não foi uma boa experiência. A única coisa boa nessa história foi que não os perdi, mas reconheço que saí de casa com eles nas orelhas bem menos vezes do que gostaria.

Comecei com um uso bem simples, caminhando na rua e tomando ônibus e Uber — momentos em que tradicionalmente ouço música ou podcasts. Demorei para aprender os comandos, e, como não usava os fones todos os dias, logo os esquecia. Explico: os fones possuem um mini painel touch, onde com gestos como toque, toque duplo e deslizar executam os comandos. Para pausar uma execução e retomá-la, dá-se um duplo toque, e isso nem sempre funcionava, o que me deixou bem irritada. Outras vezes, caminhando pela rua, o áudio pausava sozinho do nada. Um mistério que não consegui esclarecer. Em algumas ocasiões, ao passar a mão no brinco ou colocar o cabelo atrás da orelha, o áudio parava também. Muito irritante…

Afinal, por que os ditos cujos custam tanto? Bom, eles não são simples fones. São gadgets por si mesmos. Possuem um sisteminha interno bem esperto que permite até mesmo usá-los de modo independente, ou seja, sem smartphone. Possuem 3.4 GB internos para guardar áudio e integram-se maravilhosamente com os aparelhos Galaxy da Samsung, onde pode-se customizar as funções do fone, consultar níveis de bateria e muito mais. Há até mesmo um surpreendente modo “treinador”, que o guiará durante suas atividades físicas caso deseje se exercitar durante um certo tempo ou quilometragem sem precisar do smartphone. Para quem não tem Samsung, só se pode transferir músicas através de cabo USB — portanto, só donos de dispositivos da coreana poderão curtir as funcionalidades do IconX de forma completa.

A bateria tem boa autonomia; comigo funcionava por 2 dias quando conectado ao smartphone e até 4 ou 5 dias de forma independente. Mas carregá-los é um pouco burocrático. Os fones possuem uma caixinha parecida com uma case de lentes de contato, e a caixinha tem uma bateria própria. Assim, você carrega a caixinha que por sua vez carregará os fones.

Dá para carregar tudo ao mesmo tempo quando você está em casa, mas demora um pouco mais. A case possui 2 leds que indicam o status de carga de cada fone.

Certa feita, fiquei cerca de 7 dias sem usar os fones e tanto eles quanto a caixinha simplesmente perderam toda a carga. É que, mesmo quando não estão em uso, eles ficavam “procurando” o smartphone, até a energia esgotar, e eu não percebi isso até levá-los em uma viagem e perceber na hora do uso que estavam descarregados.

Mas nem tudo são pedras. O dispositivo é muito leve e discreto. Na orelha também é muito confortável: eu simplesmente esquecia que eles existiam. Mas isso só quando estava em casa, pois na rua estava sempre pilhada, morrendo de medo de perdê-los. Reconheço que usei menos fora de casa do que dentro, que foi onde fiz as pazes com o bichinho. Como costumo fazer os trabalhos domésticos pela manhã ouvindo música e podcasts, tive liberdade total de circular por todos os cômodos sem sofrer lags ou cortes na transmissão a partir do smartphone, típico de fones bluetooth em locais com paredes mais espessas, azulejos e encanamentos calibrosos.

Se alguém me perguntar se vale a pena comprar, direi a verdade: você terá liberdade de movimentos mas não terá paz de espírito. Por que esse maldito tem que ser tão caro, oras bolas?

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